Weintraub se revolta após Bolsonaro chamar apoiadores do golpe de ‘malucos’ no STF
Ex-ministro da Educação reage com críticas ao ex-presidente por declarações durante depoimento no Supremo

O ex-ministro da Educação Abraham Weintraub manifestou publicamente sua indignação após declarações do ex-presidente Jair Bolsonaro durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF), realizado na última terça-feira (10). Nas redes sociais, Weintraub reagiu com ironia e revolta à forma como Bolsonaro tratou os atos antidemocráticos de 2023 e os manifestantes que os apoiaram. A resposta foi motivada especialmente pela fala em que o ex-chefe do Executivo classificou como “malucos” os brasileiros que pedem intervenção militar.
“Eu fui muito OTÁRIO!!!!!”, escreveu Weintraub na rede social X.
Ex-ministro diz ter se sentido traído
A publicação de Weintraub no X foi acompanhada de um vídeo com o trecho do depoimento de Bolsonaro no STF, em que o ex-presidente se dissocia de qualquer apoio às manifestações golpistas que tomaram as ruas após as eleições de 2022.
A reação de Weintraub reflete um sentimento de frustração com a mudança de postura de Bolsonaro no processo judicial. Ex-aliado fiel, o ex-ministro criticou a tentativa do ex-presidente de se distanciar da ala mais radical de sua base política, que pedia abertamente por medidas inconstitucionais, como a intervenção das Forças Armadas e a reedição do Ato Institucional nº 5 (AI-5).
Bolsonaro nega apoio aos atos golpistas
O interrogatório de Jair Bolsonaro ocorreu como parte do inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado relacionada aos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas por manifestantes. No depoimento à Primeira Turma do STF, o ex-presidente negou envolvimento ou incentivo às ações e declarou não ter qualquer relação com os atos de vandalismo.
“Tem os malucos que ficam com essa ideia de AI-5, de intervenção militar das Forças Armadas… que os chefes das Forças Armadas jamais iam embarcar nessa só porque o pessoal estava pedindo ali”, disse Bolsonaro.
Ainda durante a oitiva, o ex-presidente afirmou, “nós repudiamos tudo isso aí. Com todo respeito, doutor Paulo Gonet, não procede que eu colaborei com o 8 de janeiro. Não tem nada meu ali, estimulando aquela baderna que nós repudiamos.”
Desculpas ao ministro Alexandre de Moraes
Outro ponto que causou incômodo em Weintraub foi o pedido de desculpas feito por Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito no STF. O ex-ministro compartilhou uma reportagem sobre o tema e afirmou: “Eu NUNCA pedi desculpas a eles! Eu NUNCA neguei o que falei deles!”
Weintraub, que comandou o Ministério da Educação entre 2019 e 2020, construiu uma trajetória marcada por embates com o Supremo e declarações polêmicas contra ministros da Corte, incluindo Moraes. Sua reação evidencia um contraste com a postura adotada por Bolsonaro no depoimento, em que buscou demonstrar colaboração com o Judiciário.
Contexto e repercussão política
As manifestações que se seguiram à derrota de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022 incluíram bloqueios de rodovias, acampamentos em frente a quartéis e faixas que pediam uma intervenção militar com o ex-presidente à frente do governo. O AI-5, frequentemente citado por esses grupos, foi o decreto mais autoritário do regime militar brasileiro (1964-1985), usado para cassar mandatos, suspender direitos e reprimir opositores.
Ao se distanciar dos pedidos por medidas autoritárias, Bolsonaro busca suavizar sua imagem no processo judicial, que pode resultar em novas implicações legais. Já ex-aliados como Weintraub veem essa guinada como uma traição aos ideais e discursos que marcaram a campanha bolsonarista.
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