Interesse estratégico faz MDB desejar vice de Lula em 2026
Cenário de desgaste do governo reduz disputa por espaço na chapa presidencial, mas siglas como o MDB ainda avaliam possíveis cenários para pleitear a vaga

A vaga de vice-presidente na possível candidatura de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, antes disputada nos bastidores por legendas de centro e centro-direita, perdeu força diante da queda de popularidade do governo federal e da fragilidade do cenário político atual. Apesar da retração no interesse imediato, setores do MDB ainda não descartam concorrer ao posto, caso o ambiente eleitoral se torne mais favorável ao petista.
Desde a eleição de 2022, a vice-presidência ocupada por Geraldo Alckmin (PSB) era vista como um espaço estratégico para ampliar alianças com partidos do chamado “centrão”. Hoje, no entanto, mesmo dentro do PT, a avaliação é de que o interesse por essa posição diminuiu, tanto por causa da queda de aprovação do governo quanto pela instabilidade política que envolve a base aliada no Congresso.
MDB monitora cenário, mas mantém opção em aberto
Apesar da perda de apelo da vice, o MDB segue atento aos desdobramentos eleitorais e pode voltar à mesa de negociações caso algumas variáveis se alterem. Entre elas, o crescimento da popularidade de Lula e a confirmação de uma candidatura adversária forte, como a de Jair Bolsonaro ou de um de seus filhos.
Nomes como o do governador do Pará, Helder Barbalho, da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do ministro dos Transportes, Renan Filho, são citados como possíveis indicados da legenda para a vaga. A decisão oficial, no entanto, será tomada apenas na convenção nacional do partido, prevista para o próximo ano.
O principal entrave dentro do MDB é a divisão interna. Lideranças como o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, e o ex-presidente Michel Temer se opõem a uma aliança com o PT. Temer, inclusive, atua para formar um bloco de governadores e partidos de centro-direita em torno de uma candidatura alternativa à de Lula.
Alckmin é elogiado e segue como favorito à reeleição na vice
Enquanto aliados monitoram as movimentações partidárias, integrantes do governo reiteram apoio a Geraldo Alckmin e negam qualquer negociação sobre sua substituição na chapa presidencial.
“Ele é um excelente vice e acho que vai continuar sendo”, afirmou a ministra Gleisi Hoffmann (Secretaria de Relações Institucionais), em entrevista recente. Segundo ela, não há tratativas em curso sobre formação de chapa para 2026.
A possibilidade de Alckmin disputar outro cargo, como o Governo de São Paulo ou o Senado, é vista como remota por pessoas próximas ao vice-presidente. A relação política e pessoal construída entre ele e Lula também pesa na manutenção da aliança.
Partidos aliados sinalizam distanciamento e discutem candidaturas próprias
Com a queda de popularidade do governo e as tensões entre Planalto e Congresso, partidos aliados como Republicanos, PP e União Brasil têm se afastado da articulação petista. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é apontado como o nome favorito desses grupos para uma candidatura da direita em 2026.
O União Brasil, por exemplo, demonstrou forte resistência à agenda econômica do governo e liderou a rebelião na Câmara contra o pacote fiscal do ministro Fernando Haddad (Fazenda). Mesmo assim, o ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), afirmou em março à CNN que considera ideal que seu partido indique o vice de Lula.
PSD abandona disputa e reforça apoio a Tarcísio
Outro partido que, em momentos anteriores, sugeriu interesse na vice de Lula foi o PSD. Hoje, o presidente da legenda, Gilberto Kassab, afirma que o partido terá candidatura própria e que seu apoio será ao governador Tarcísio, de quem é aliado direto.
União Brasil prepara saída do governo Lula até o fim de 2025
A cúpula do União Brasil já definiu que deixará oficialmente o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o final deste ano. Segundo dirigentes do partido, os ministros Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) deixarão seus cargos como parte de uma estratégia política voltada para as eleições presidenciais de 2026. A única exceção será Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional), que continuará na Esplanada dos Ministérios, mas desvinculado formalmente da legenda.
A decisão ocorre em meio à formação da federação entre União Brasil e Progressistas (PP), que deve apoiar uma candidatura de centro-direita em 2026, possivelmente a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. A permanência de quadros no Executivo petista passou a ser considerada incompatível com esse projeto, e a saída dos ministros servirá como sinal público de ruptura com o atual governo.
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