Único senador do PSDB fala em deixar partido caso ocorra fusão com PSD: ‘Não tem como’

Plínio Valério é o único senador do PSDB no Senado, e desde 2019, a bancada tucana na Casa passou de seis representantes para apenas um

Estadão Conteúdo e Redação 27/01/2025 20:30 • Política

Único senador do PSDB fala em deixar partido caso ocorra fusão com PSD: ‘Não tem como’ -

Waldemir Barreto/Agência Senado

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) sinalizou, nesta segunda-feira (27), que pode deixar o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) caso a fusão ou incorporação da sigla ao Partido Social Democrático (PSD), presidido por Gilberto Kassab, seja confirmada.

“Se tiver a fusão ou a incorporação, não teria como ficar”, disse em entrevista ao Poder360.

Plínio afirmou que aguardará uma posição oficial do partido antes de tomar qualquer decisão e que pretende ouvir a direção nacional da legenda.

O senador justifica sua resistência ao PSD por conta das alianças que o partido mantém com legendas como PT e MDB. “Não me vejo numa fusão, numa incorporação com o PSD, com o MDB, com o PT. Não me vejo, não tem como. Mas eu só vou me preocupar com isso depois da reunião da nacional”, explicou.

PSDB enfrenta mudanças e possível fusão com o PSD

Plínio Valério é o único senador do PSDB no Senado, e desde 2019, a bancada tucana na Casa passou de seis representantes para apenas um. Em 2022, o PSDB se federou ao Cidadania, partido sem representação no Senado, o que gerou divisões internas sobre a parceria. O presidente do PSDB no Amazonas demonstrou desconforto com as articulações que envolvem o PSD, afirmando que uma fusão ou incorporação não é uma solução viável para ele.

O PSDB enfrenta desafios estratégicos para se reestruturar e fortalecer sua base de apoio para as eleições de 2026. Em meio a esse cenário, no dia 15 deste mês, Marconi Perillo, presidente nacional do partido, confirmou a intenção de fusão ou incorporação com outra legenda até 2025. A decisão será anunciada até março e deverá envolver um partido com visão ideológica similar à do PSDB.

Fusão visando fortalecer legenda para 2026

A possível fusão com o PSD surgiu em meio a uma avaliação crítica da atual situação do PSDB, que desde a perda de vereadores na capital paulista e o fracasso na campanha de José Luiz Datena, com apenas 1,84% dos votos na disputa pela Prefeitura, percebeu a necessidade de reformular sua estratégia.

De acordo com informações da Coluna do Estadão, o PSDB iniciou negociações com o PSD no ano passado, visando aumentar sua relevância no cenário político. A medida faz parte de um plano para garantir a sobrevivência do partido no cenário político nacional.

PSD planeja fusão até março

O PSD, presidido por Gilberto Kassab, pretende concluir a fusão com o PSDB no primeiro trimestre de 2025, com o objetivo de expandir sua participação no governo Lula (PT). De acordo com informações do jornalista Igor Gadelha, as negociações entre as duas siglas estão avançadas e devem ser concluídas até julho. Aliados afirmam que a união proporcionará maior espaço político para o partido dentro do cenário governamental.

No começo de janeiro, o presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que 3 possibilidades estavam sendo estudadas: a federação, a fusão e a incorporação.

A fusão traria ao PSD o apoio dos governadores Eduardo Leite (RS), Raquel Lyra (PE) e Eduardo Riedel (MS), que já teriam autorizado as negociações. Raquel Lyra, inclusive, tentou migrar do PSDB para o PSD por conta própria, enquanto Eduardo Leite quase se filiou ao partido de Kassab em 2022 para disputar a Presidência. A proximidade dos governadores tucanos com o PSD tem sido um dos principais fatores para o avanço das tratativas, embora o PSDB também mantenha conversas com outros partidos, como o MDB.