Tiago Correia vê intervenção federal como prova do colapso na segurança: ‘atestado de fracasso’
Líder da Oposição na AL-BA afirma que medida é ‘indicativo claro da perda de controle do governo estadual diante da violência’

O líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia, deputado estadual Tiago Correia (PSDB), afirmou, nesta sexta-feira (18), que a chegada da Força Nacional ao Extremo-sul da Bahia representa uma intervenção federal na segurança do Estado e “é um atestado do fracasso da política de segurança do governador Jerônimo Rodrigues (PT)” no combate à criminalidade. Segundo o parlamentar, o envio do reforço autorizado pelo Ministério da Justiça é um indicativo claro da perda de controle do governo estadual diante da violência. Ele ressaltou que a presença das tropas federais mostra que o problema ultrapassou a capacidade de resposta da administração local.
“Infelizmente, o governador Jerônimo tem mostrado dificuldades em oferecer respostas eficazes aos problemas da violência em nosso Estado. A presença da Força Nacional é a prova maior disso”.
“É, sim, uma intervenção nacional na segurança pública da Bahia. Eles sempre negaram que isso fosse acontecer, mas está aí: aconteceu. E só aconteceu porque o governo perdeu a luta contra a violência”, complementou o tucano.
Governo anuncia envio da Força Nacional
O Governo da Bahia determinou o envio da Força Nacional de Segurança Pública ao Extremo-sul do Estado para reforçar a segurança em áreas de conflito entre comunidades indígenas e produtores rurais. A medida foi anunciada, nesta última quinta-feira (17), dois dias antes do Dia dos Povos Indígenas, e ocorre em meio à escalada de tensões territoriais na região. Os locais exatos da atuação não foram divulgados.
A Força Nacional de Segurança Pública é um programa de cooperação de Segurança Pública brasileiro, coordenado pelo Ministério de Justiça e Segurança Pública. Ela é composta por policiais militares, bombeiros, policiais civis e peritos, e é acionada em situações de emergência.
Episódios recentes elevaram clima de tensão
A decisão do governo estadual veio 11 dias após a morte de João Celestino Lima Filho, de 50 anos, durante um conflito fundiário em uma fazenda no município de Prado. Segundo informações da polícia, cerca de 20 indígenas da Aldeia Reserva dos Quatis, pertencente ao território Comexatibá, invadiram o local com o objetivo de retomar a área e João foi baleado.
No mesmo período, um grupo identificado como juventude do Território Indígena Pataxó de Comexatibá ocupou a entrada do Parque Nacional do Descobrimento, também em Prado, onde permaneceu por cerca de 20 dias exigindo a homologação da terra indígena Comexatibá — alvo de disputas judiciais há anos.
Deputado acusa governo de ignorar alertas
Com atuação política voltada para o Extremo-sul baiano, Correia afirmou que já vinha alertando as autoridades sobre o agravamento da situação na região. Ele relatou que enviou ofícios ao governador, ao secretário de Segurança Pública, ao Ministério Público Estadual e ao Ministério Público Federal pedindo medidas diante do aumento das invasões de terras e dos conflitos envolvendo trabalhadores rurais, produtores e movimentos sociais.
“O que estamos vendo hoje é o resultado de uma omissão contínua. Venho denunciando, cobrando providências, mas o governo simplesmente ignorou. Agora, o problema saiu do controle e precisaram recorrer à Força Nacional. O povo do Extremo-sul merece respeito e segurança, não esse abandono”, criticou o deputado.
Oposição apontou escalada de invasões de terra
Há um mês, Correia acionou o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público da Bahia (MP-BA), a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) e o governador Jerônimo Rodrigues (PT) para solicitar uma resposta urgente das forças de segurança e do sistema de Justiça contra o avanço das invasões de terras no Extremo-sul do Estado. Segundo produtores rurais, 81 propriedades já foram ocupadas.
“A anormalidade da situação é evidente e impõe a rápida atuação das forças de segurança e demais órgãos do sistema de Justiça, no momento em que diversas propriedades agrícolas estão sendo monitoradas e invadidas, inclusive propriedades fruto de assentamentos agrários”, pontuou Correia na época.
Presidente do PT defende medida
Mais cedo, o presidente estadual do PT, Éden Valadares, saiu em defesa do governador ao rebater o vice-presidente nacional do União Brasil, ACM Neto, sobre a presença da Força Nacional no Extremo-sul. O petista manifestou, na manhã desta quinta-feira (17), apoio à decisão de Jerônimo Rodrigues.
Segundo Éden, a oposição adota um discurso ofensivo por antecipar um possível novo revés eleitoral em 2026. Para o dirigente petista, as falas do ex-prefeito de Salvador não contribuem para o debate político e evidenciam sua instabilidade frente ao cenário eleitoral.
“Lamento o nível político que a suposta oposição hoje se comporta na Bahia. Digo suposta porque não sei se necessariamente ACM Neto será candidato. Perdeu uma, se desespera ao antever a segunda derrota”, afirmou Éden, que também questionou a fidelidade do ex-prefeito a seus aliados políticos.
Na avaliação do presidente do PT baiano, o ex-prefeito age com “irresponsabilidade” ao propagar desinformações sobre a atuação do governo estadual no conflito.“Um cara que foi deputado, prefeito, presidente de partido não deveria agir com tamanha irresponsabilidade. Há seis anos sem mandato, passa o dia espalhando fake news. A última foi responsabilizar Jerônimo pelo conflito agrário e chamar de erro a chegada da Força Nacional à Bahia”, acrescentou.
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