Líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Tiago Correia (PSDB) criticou, nesta sexta-feira (21), o governador Jerônimo Rodrigues (PT), rebatendo as declarações do petista sobre o impacto do ICMS nos preços da cesta básica. Para Correia, as falas do governador tentam minimizar o efeito econômico do imposto do ICMS.

Críticas de Correia

O parlamentar afirmou que, mesmo que os produtos da cesta básica não tenham ICMS diretamente, o imposto atinge toda a cadeia produtiva, o que resulta em aumento de preços para o consumidor final.

“O governador tenta esconder a realidade. Ele diz que a cesta básica não tem ICMS direto, mas ignora que o imposto incide sobre toda a cadeia produtiva. O transporte dos alimentos, a energia elétrica usada na produção, as embalagens, os insumos — tudo isso paga ICMS. No combustível do caminhão que transporta os produtos da cesta básica, na energia usada em seu processamento, nas embalagens, incidem impostos, e esses custos são repassados ao consumidor. No fim das contas, é a população, principalmente a mais pobre, que sofre com o preço mais alto dos alimentos”, declarou o deputado.

Na avaliação do parlamentar, os reajustes do ICMS na Bahia estão elevando o custo de vida e penalizando os mais vulneráveis. “O governo não pode simplesmente negar os fatos. Quando se aumenta imposto, toda a cadeia produtiva sente os reflexos, e isso se reflete nos preços finais. Fingir que isso não acontece é desrespeitar a inteligência da população”, concluiu.

Jerônimo nega reajuste do ICMS

Durante coletiva com a imprensa, realizada na última quinta-feira (20), Jerônimo Rodrigues saiu em defesa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao comentar as críticas sobre a inflação. Em declaração, o governador negou que o ICMS tenha sido reajustado sobre os produtos essenciais. Rodrigues ainda criticou o prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), que apontou o imposto como principal fator do encarecimento dos produtos.

“A gente sabe qual é o papel da União e do Estado no que diz respeito ao ICMS. Não houve aumento nenhum que pudesse provocar ou promover [a alta dos alimentos e combustíveis]”, afirmou Rodrigues.

Jerônimo também criticou o fato de o governo federal sempre ser responsabilizado pelos problemas do país. “Há dois meses, diziam que o Lula era culpado pelo aumento do dólar. O dólar caiu e ninguém comentou. O mesmo aconteceu com o emprego: o Brasil começou a gerar mais vagas, mas ninguém lembra disso. Quando há um problema, a culpa é do governo federal, mas quando há uma melhora, ninguém reconhece”, completou.

Alan Sanches faz coro às críticas

Na última semana, o deputado Alan Sanches (União Brasil), vice-líder da oposição na AL-BA, também criticou os recentes aumentos de impostos promovidos pelo Governo do Estado. Conforme o parlamentar, o aumento mais recente do ICMS fez o preço da gasolina subir cerca de R$ 0,10 por litro e o do diesel, R$ 0,06.

“Não bastasse o preço dos alimentos nas alturas que o governo Lula provocou no Brasil, o Governo da Bahia, em vez de aliviar o bolso das famílias, aumenta ainda mais a carga tributária. A parceria entre Lula e Jerônimo, que deveria trazer benefícios para a Bahia, só gerou mais impostos e menos comida na mesa”, criticou Sanches.