O deputado estadual Tiago Correia (PSDB), líder da oposição na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), afirmou nesta sexta-feira (16), que Salvador se consolidou como destaque na geração de empregos e combate ao desemprego, enquanto a Bahia permanece entre os estados com piores índices do país.

A avaliação do parlamentar tem como base os dados da PNAD Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), referentes ao primeiro trimestre de 2025, que indicam a menor taxa de desocupação da capital baiana desde o início da série histórica, em 2012.

Com taxa de 9,2%, Salvador apresentou desempenho superior à média estadual, de 10,9%, a segunda maior do Brasil, atrás apenas de Pernambuco (11,6%). Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), Salvador teve saldo positivo de 13.921 empregos formais no trimestre, enquanto o saldo do estado foi de 2.998. Sem a capital, o número seria negativo.

Segundo Correia, os dados apontam um abismo a gestão municipal e estadual. “A Bahia se encontra no ranking geral de Competitividade na 22ª posição, acima, apenas, dos estados do Maranhão, Rio Grande do Norte, Acre, Amapá e Roraima. Isso mostra que nesses 20 anos o PT não conseguiu manter a Bahia como um dos estados menos atrativos”.

Políticas de qualificação e desburocratização

Ao falar sobre o tema, o deputado afirmou que Salvador tem avançado a partir de “políticas sérias” e “resultado concretos”, enquanto o “restante da Bahia continua parado no tempo”. “Os dados do Caged mostram que, sem a força da capital, o estado teria começado o ano com um saldo negativo na geração de empregos. Isso é reflexo direto da incompetência administrativa dos governos petistas”, disse.

Correia associou os resultados positivos da capital ao legado da gestão do ex-prefeito ACM Neto (União Brasil), mantido pelo atual prefeito Bruno Reis (UB).

“A capital baiana é exemplo de gestão eficiente e compromisso com o desenvolvimento, desde a gestão ACM Neto e agora sob a continuidade de Bruno Reis, ao contrário do que tem sido feito pelo governo estadual”, declarou.

Ele destacou ainda programas que contribuíram para esse cenário, como o Treinar para Empregar e o Invista Salvador, e afirmou que ambos contribuíram para a “abertura recorde de empresas, redução do desemprego e mais oportunidades para os soteropolitanos”.

“A prefeitura investiu em qualificação com o Treinar para Empregar, criou um ambiente de negócios atrativo com o Invista Salvador e promoveu a desburocratização como nunca se viu na história da cidade“, afirmou.

Críticas à condução estadual e abandono de equipamentos públicos

O parlamentar também criticou o abandono de estruturas importantes por parte do governo Jerônimo Rodrigues (PT), como o antigo Centro de Convenções, que permanece sem uso.

“Enquanto o governo estadual abandonou um dos principais símbolos do turismo de negócios da Bahia, a prefeitura foi lá e fez: construiu um novo Centro de Convenções, moderno, funcional e à altura da nossa capital. Isso recolocou Salvador no circuito dos grandes eventos e trouxe geração de emprego e renda para milhares de pessoas”, destacou.

Tiago Correia afirmou ainda que o desempenho de Salvador comprova que políticas públicas bem executadas podem promover inclusão produtiva. Ele defendeu que o estado adote estratégias semelhantes para enfrentar os desafios do desemprego e da baixa competitividade econômica.

“O que vemos no país é que a Bahia vem perdendo protagonismo econômico ano após ano, o que se reflete nos dados de desemprego, em que o Estado aparece constantemente em primeiro lugar. A Bahia precisa seguir esse exemplo e romper com esse ciclo de ineficiência e promessas não cumpridas”, concluiu.

Nordeste concentra maiores índices de desocupação

Os dados divulgados nesta sexta-feira revelam um padrão preocupante: os estados do Nordeste continuam figurando entre os piores desempenhos no mercado de trabalho. Além da Bahia e Pernambuco, o Piauí aparece com taxa de 10,2%. No sentido oposto, os menores índices de desemprego foram registrados em Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).

Na média nacional, a taxa de desemprego subiu de 6,2% no último trimestre de 2024 para 7% no primeiro trimestre de 2025. O índice cresceu em 12 das 27 unidades da federação e permaneceu estável nas demais 15.

Apesar do aumento recente no país, a comparação anual mostra que alguns estados conseguiram reduzir consideravelmente seus níveis de desocupação, como Espírito Santo (de 5,9% para 4%), São Paulo (de 7,4% para 5,2%), Paraná (de 4,8% para 4%) e Santa Catarina (de 3,8% para 3%).

Um dos indicadores mais preocupantes para o estado é a taxa composta de subutilização da força de trabalho, que inclui não apenas os desocupados, mas também os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial. A Bahia e Alagoas registraram 27,5%, enquanto o Piauí liderou com 34%. A média nacional ficou em 15,9%, evidenciando o quanto os números nordestinos destoam da realidade de outras regiões.