Crise tarifária e fundo climático: temas que colocam Brasil no centro do Brics
Reunião entre chanceleres do bloco ocorre, nesta segunda (28) e terça-feira (29), no Rio de Janeiro

O Brasil é o centro de discussões globais durante o encontro de chanceleres dos países membros do Brics, que ocorre, nesta segunda (28) e terça-feira (29), no Rio de Janeiro. Este será um momento crucial para o país, que assume a presidência do bloco neste ano, e coloca temas urgentes na agenda internacional, como a crise tarifária global e a questão do financiamento para o combate às mudanças climáticas.
Composta por 11 países – África do Sul, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã, Rússia e Arábia Saudita (essa última com status de membro convidado) –, a reunião de chanceleres do Brics tem como objetivo fortalecer o bloco em diversas frentes, incluindo as questões comerciais e ambientais, que ganham cada vez mais relevância no cenário internacional. As informações são da Agência Brasil.
Guerra tarifária e desafios do comércio multilateral
Um dos principais focos da presidência brasileira será o enfrentamento da guerra tarifária global, especialmente as imposições unilaterais de tarifas, com destaque para as decisões do governo dos Estados Unidos sob a administração de Donald Trump. Estas tarifas, com ênfase nas barreiras comerciais contra a China, têm afetado a economia global e ampliado as tensões comerciais entre países.
O Brasil, através do Brics, busca reforçar a importância do comércio multilateral, especialmente no que diz respeito à Organização Mundial do Comércio (OMC), que tem sido enfraquecida desde que os Estados Unidos bloquearam, em 2019, a nomeação de juízes para o Órgão de Apelação da entidade. A paralisação desse mecanismo tem dificultado a resolução de disputas comerciais, o que levou o Brasil a apoiar iniciativas para restaurar a funcionalidade da OMC. Nesse contexto, o país tem defendido uma maior organização das nações para garantir que as disputas comerciais sejam resolvidas de maneira justa e baseada em regras internacionais, evitando ações unilaterais prejudiciais ao comércio global.
Fundo ambiental: iniciativa crucial para combate às mudanças climáticas
Além das questões comerciais, o Brasil também dará ênfase à crise ambiental e à urgência de um financiamento robusto para o combate às mudanças climáticas. Como país-sede da COP30, prevista para acontecer entre os dias 10 e 21 de novembro, o Brasil visa consolidar uma proposta que articule os esforços globais no enfrentamento das mudanças climáticas, com foco na criação de um Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês).
O fundo tem como objetivo financiar economias de baixo carbono, com uma maior contribuição dos países ricos, que historicamente foram os maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa. A proposta busca garantir que as nações mais desenvolvidas, que têm maior capacidade financeira, assinem compromissos financeiros para o combate às mudanças climáticas, especialmente com foco na preservação das florestas tropicais.
Essa discussão se alinha com os princípios do Acordo de Paris, que prevê que os países mais ricos assumam uma responsabilidade financeira proporcional às suas contribuições históricas para a crise climática. O Brasil, liderando o Brics, pretende reforçar essa ideia durante a reunião, buscando aumentar o comprometimento das economias mais avançadas com o financiamento da transição energética e da preservação ambiental.
Presidência brasileira no Brics: resultados e expectativas
Sob a presidência brasileira, o Brics já realizou quatro encontros ministeriais e cerca de 80 reuniões técnicas até o momento. O Brasil tem utilizado sua liderança para impulsionar as discussões sobre temas de interesse global, como a reforma da governança mundial e o papel do Sul Global na promoção do multilateralismo, uma agenda alinhada com os desafios que o bloco enfrenta diante de uma ordem internacional cada vez mais polarizada.
A reunião de chanceleres, que antecede a cúpula dos líderes do Brics, prevista para os dias 6 e 7 de julho, será uma oportunidade para aprofundar os debates sobre temas como saúde, comércio, segurança, e, claro, mudanças climáticas e combate à pobreza. A presidência brasileira tem como objetivo não apenas consolidar as conquistas já alcançadas, mas também ampliar o papel do Brics como um bloco que defende um sistema internacional mais justo e equilibrado.
Além dos encontros técnicos e ministeriais, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que presidirá as sessões da próxima semana, tem uma agenda cheia de reuniões bilaterais com chanceleres de países estratégicos como Indonésia, Rússia, Tailândia, China, Cuba, Nigéria e Etiópia. A expectativa é de que as discussões da reunião do Rio de Janeiro resultem em uma declaração conjunta que reforce os compromissos do bloco em relação aos temas centrais da economia global e do meio ambiente.
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