STF envia queixa-crime de Diego Castro contra Jerônimo por fala sobre mandar bolsonaristas ‘para vala’ ao STJ
Presidente da Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da AL-BA considerou que fala ultrapassa limites do debate político

O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o envio da queixa-crime apresentada pelo deputado estadual Diego Castro (PL) ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). A ação judicial tem como alvo o governador Jerônimo Rodrigues (PT), após o petista afirmar que eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deveriam “pagar a conta” e ser mandados “para a vala com enchedeira”.
Deputado aponta ameaça à integridade de opositores
Presidente da Comissão de Segurança Pública e Direitos Humanos da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), Diego Castro considerou que a fala ultrapassa os limites do debate político. O parlamentar afirmou que a declaração do governador representa uma ameaça direta aos opositores.
“Repudiamos com veemência qualquer declaração que incite ódio, violência ou desrespeito à vida de quem pensa diferente. O governador da Bahia sugerir ‘mandar para vala com enchedeira os eleitores de Bolsonaro’ é gravíssimo e inadmissível”, disse Castro.
Com o envio ao STJ, caberá à Corte avaliar se a queixa-crime será recebida e, eventualmente, convertida em processo judicial.
Jerônimo Rodrigues admite excesso e pede desculpas públicas
Durante a entrega de ambulâncias a municípios baianos, na útlima segunda-feira (6), o governador Jerônimo Rodrigues reconheceu que cometeu um erro ao utilizar a expressão “vala” para se referir aos eleitores bolsonaristas. Ele atribuiu a fala ao tom mais acalorado do discurso.
“Acho que a palavra ‘vala’ foi excessiva. Pedir desculpas hoje, pelo termo, vou pedir sempre. E, se afetou alguém, posso fazer isso pessoalmente”, afirmou o governador.
Segundo Jerônimo, a declaração surgiu enquanto comparava a postura do governo Lula com a do ex-presidente Bolsonaro em relação à Bahia.
O petista também enfatizou que não pretende incitar violência, ressaltando seu estilo de atuação política. “O tratamento é na disputa de projetos, não é de agressão. Nunca é certo. Quem me conhece sabe do meu jeito de fazer política, e eu não vou perder essa essência nunca”, destacou.
Ele ainda criticou a reação da oposição, acusando adversários de distorcerem o conteúdo da fala para fins políticos.
Reação da oposição inclui pedido de impeachment
A repercussão da fala gerou forte mobilização da oposição. O deputado Leandro de Jesus (PL) apresentou um pedido de impeachment contra Jerônimo Rodrigues na AL-BA. No documento, o parlamentar argumenta que o governador colocou em risco a integridade física dos opositores ao utilizar linguagem ofensiva e ameaçadora.
Bloco da Minoria na AL-BA emite nota de repúdio
A Bancada da Minoria na Assembleia Legislativa da Bahia, liderada por Tiago Correia (PSDB), divulgou uma nota oficial na qual classifica a declaração de Jerônimo como ofensiva e contrária aos princípios democráticos.
Os parlamentares apontaram preocupações com a semelhança da retórica utilizada pelo governador com discursos típicos de regimes autoritários.
“É inadmissível que, no exercício de um cargo público, cuja principal função é servir e representar todo o povo — inclusive aqueles que pensam diferente —, um chefe do Poder Executivo adote discurso de ódio, segregação e violência simbólica contra parte da população”, afirmou a bancada.
Segundo o texto, o uso da palavra “vala” remete a práticas totalitárias, como o nazismo, em que opositores políticos eram eliminados em valas comuns. Para o grupo, tolerar esse tipo de discurso fragiliza os pilares republicanos e desrespeita a soberania popular.
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