Os parlamentares do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) enviarão, nesta segunda-feira (16), um ofício ao Ministério da Defesa pedindo a extinção dos “Kids Pretos”, grupo de elite militar que integra o Comando de Operações Especiais (Copesp) do Exército Brasileiro, que foram acusados de envolvimento na trama golpista de 2022. Além disso, os membros do partido estão solicitando esclarecimentos detalhados sobre as atividades dos batalhões especiais.

A designação de ‘Kids Pretos’ foi dada devido ao uso de gorros pretos durante as operações especiais. A iniciativa da ação do PSOL é do deputado Chico Alencar (RJ), que também pretende protocolar um requerimento exigindo transparência sobre as missões executadas pela força militar. 

Segundo relatório da Polícia Federal (PF), membros dos “Kids Pretos” foram designados para cumprir as ordens de executar o então presidente e vice-presidente eleitos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSB). Além disso, os militares também seriam responsáveis por armar um atentado contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. 

Prisão de Walter Braga Netto e o Kids Pretos

O general da reserva e ex-ministro do governo Bolsonaro, Walter Braga Netto, foi preso preventivamente, no sábado (14), por seu suposto envolvimento na trama golpista. A prisão ocorreu em Copacabana, no Rio de Janeiro, após a deflagração da Operação Contragolpe, pela Polícia Federal (PF). Braga Netto é acusado de ser uma figura central no plano golpista, coordenando ações clandestinas dos “Kids Pretos” e financiando atividades ilegais.  

Correligionários do PSOL já haviam feito solicitações de que Braga Netto fosse preso preventivamente. Além do general da reserva, os psolistas também solicitaram a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), também indiciado, juntamente com outras 35 pessoas, muitos deles agentes militares do exército brasileiro.  

Segundo a delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, Walter Souza Braga Netto tinha pleno conhecimento das relacionadas ao golpe, tendo também participado ativamente do financiamento dessas atividades, realizando a entrega de recursos aos golpistas em uma sacola de vinho. 

A Operação Contragolpe, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, já prendeu outros membros do grupo militar, como Hélio Ferreira Lima e Rodrigo Bezerra de Azevedo. A prisão do General foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o responsável pelas pelos inquéritos que apuram a trama golpista.  

Ainda no sábado, o general da reserva passou por uma audiência de custódio, por videoconferência, onde o juiz Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, auxiliar no gabinete do ministro Moraes, determinou que Braga Netto permanecesse em prisão preventiva.  

Em manifestação sobre o caso, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, declarou que a permanência Braga Netto em liberdade representaria um “risco concreto” ao andamento do inquérito, dado o envolvimento dele em ações que poderiam comprometer a investigação.

Kids Pretos: Defesa de Braga Netto reage  

Em nota, os advogados de Braga Netto negaram as acusações, e afirmou que não houve nenhuma obstrução das investigações da PF, por parte de Braga Netto, motivo pelo qual ele foi preso. “Entretanto, com a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações”, declarou a defesa, através de nota.