Premiê da França diz ‘não ter maioria para governar’ e anuncia que deixará o cargo nesta segunda
Partido de Gabriel Attal, de centro-direita, ficou em segundo lugar nas eleições legislativas

O primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, de centro-direita, anunciou que deixará o cargo nesta segunda-feira (8). A decisão foi anunciada pouco depois da divulgação das projeções iniciais das eleições legislativas no país, que deram vitória ao bloco de esquerda representado pela Nova Frente Popular.
A aliança Juntos, de Attal e do presidente Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar. Contrariando as pesquisas, a direita radical, liderada pelo Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen e Jordan Bardella, acabou em terceiro, atrás do bloco do presidente.
“Nesta noite, nenhuma maioria absoluta foi obtida pelos extremos, e graças à nossa determinação e à força dos nossos valores, estamos de pé. Temos três vezes mais deputados do que as estimativas no início desta campanha”, disse o premiê demissionário.
“Onde quer que eu fosse, eu estava ansioso para ouvir vocês. Esta noite, o grupo político que representei nesta campanha não conseguiu a maioria, e apresentarei a minha demissão ao Presidente da República amanhã de manhã [segunda-feira]”, completou.
Segundo as projeções do instituto Ifop, a Nova Frente Popular deve ter entre 180 e 205 cadeiras na Assembleia Nacional, enquanto a aliança Juntos, de Emmanuel Macron, terá entre 164 e 174 cadeiras.
O Reagrupamento Nacional, que esperava ter a maioria absoluta após o bom desempenho no primeiro turno, terá entre 130 e 145 – o número inclui membros do partido Republicanos que seguiram o pedido do contestado presidente da sigla, Eric Ciotti, para unirem forças com a direita radical. O partido, por si só, terá entre 57 e 67 cadeiras, apontam as projeções.
Após os primeiros números, Jean-Luc Mélenchon, líder do partido A França Insubmissa, de extrema esquerda, disse que Macron “tem o dever de chamar a Nova Frente Popular para governar”, pedindo a renúncia do premiê.
“Saúdo a todos que aceitaram ser candidatos e retirar suas candidaturas e se mobilizaram porta a porta para conseguir arrancar um resultado que parecia ser impossível. Essa noite o Reagrupamento Nacional está longe de ter a maioria absoluta, é um imenso alívio”, afirmou, em discurso.
Assim como Mélénchon, o líder do Partido Socialista, Olivier Faure, também rejeitou a formação de qualquer governo de coligação entre a esquerda e o bloco macronista, de centro-direita. “A Nova Frente Popular deve assumir o comando desta nova página da nossa história”, declarou.
No extremo oposto, Jordan Bardella, cotado como futuro premier caso uma vitória do RN de fato se concretizasse, culpou Macron pela derrota e denunciou uma “aliança da desonra” para barrar seu partido.
“Essa noite houve um regresso na política francesa. Esses acordos eleitorais jogaram a França nos braços da extrema esquerda. Com isso, o RN, largamente à frente no primeiro turno e nas eleições europeias, representam a vitória de amanhã”, disse Bardella, classificando o ‘corredor sanitário’ contra a direita de “aliança da desonra”.
“O RN encarna mais do que nunca a única força que pode reconstruir a França. Os arranjos eleitorais de um Palácio do Eliseu isolado e uma extrema esquerda incendiária não levarão o país a lugar algum”, completou.
Os franceses votaram de maneira contundente: a participação foi de 67%, a mais alta registrada durante um segundo turno em mais de 40 anos e ligeiramente maior do que no primeiro turno.
Estadão Conteúdo
Mais Lidas
Internacional
Últimas Notícias

Igreja do Rosário dos Pretos veta batismo de bebês reborn: ‘rito solene destinado a pessoas reais’
Ao Portal M!, administração da Igreja esclareceu que não recebeu pedidos específicos para batismo das bonecas

Rodoviários de Salvador seguem em estado de greve após reunião terminar sem acordo; nova rodada será na quinta
Trabalhadores continuam mobilizados, com a possibilidade de paralisação total dos serviços

Entre vaias e aplausos, Lula diz que governo atende prefeitos sem olhar filiação partidária
Evento reuniu cerca de 12 mil representantes municipais, incluindo prefeitos, vice-prefeitos e secretários de todo o país

Após madrugada de tiroteios, Jerônimo minimiza dados da violência e defende uso de tecnologia na segurança
Com Bahia líder em mortes violentas, governador reage a Atlas e cita ‘queda mensal’ nos crimes

Violência contra jornalistas recua em 2024, mas censura e assédio judicial disparam, aponta Fenaj
Levantamento registrou 144 casos de agressões ao longo de 2024

Bahia inaugura base itinerante para acolher mulheres em risco: veja como vai funcionar
Nova estrutura será lançada durante solenidade em Batalhão da PM de Lauro de Freitas

Ministra da Ciência defende tecnologia como ferramenta para transformação da educação pública no Brasil
Declaração ocorreu nesta terça-feira (20), durante evento que marcou início da implantação de 180 laboratórios maker em escolas da rede estadual

Felipe Freitas diz que ‘Jerônimo é candidatíssimo à reeleição’ e nega volta de Rui Costa à disputa
Secretário Estadual de Justiça rebate rumores sobre possível candidatura do ministro da Casa Civil ao governo em 2026

Jerônimo reage a rumores sobre Rui Costa ao governo em 2026 e cutuca oposição: ‘sem instabilidade’
Alianças em xeque? Governador fala sobre federação entre MDB e Republicanos e manda recado a ACM Neto sobre PP

Grupo ligado à tragédia de 1998 volta a produzir fogos ilegalmente e pode pagar multa de R$ 20 milhões
Operação do MPT-BA flagra esquema clandestino de fogos no Recôncavo baiano e expõe atuação da família Bastos