O Partido Liberal (PL) planeja realizar, no dia 7 de setembro, feriado da Independência do Brasil, uma nova manifestação de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Avenida Paulista, em São Paulo. A informação foi confirmada pelo líder da legenda na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), durante entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, exibida na noite de segunda-feira (30) e ocorre dois dias após o fracasso da última mobilização no mesmo local que reuniu apenas 12,4 mil pessoas.

Segundo o parlamentar, o ato contará com a presença de Bolsonaro e pretende reforçar o apoio popular ao ex-presidente, apesar das restrições jurídicas que o mantêm inelegível até o momento. A mobilização está sendo tratada como estratégica para manter a base conservadora unida e tentar salvar o protagonismo da direita nas eleições em 2026.

Ato ocorre após manifestação com baixa adesão no fim de junho

A confirmação do novo evento ocorre dois dias após a realização de uma manifestação em apoio a Bolsonaro, também na Avenida Paulista, no último domingo (29), marcada por baixa adesão popular. Ao ser questionado sobre a participação reduzida, Sóstenes evitou comentar os números. Segundo ele, o foco deve estar no conteúdo simbólico da mobilização.

“O recado foi muito claro”, declarou, mencionando cartazes com mensagens como “Justiça Já” levados por manifestantes.

Bolsonaro segue como principal aposta do PL para 2026

Apesar dos questionamentos jurídicos e das penas que atualmente o impedem de concorrer a cargos públicos, Jair Bolsonaro continua sendo considerado o principal nome do PL para as eleições presidenciais de 2026. Sóstenes Cavalcante foi enfático ao afirmar que o plano A do partido é Bolsonaro, descartando, por ora, qualquer substituição definitiva.

O líder da bancada classificou o ex-presidente como “o maior líder político e carismático do Brasil” e rejeitou rumores de que lideranças do Centrão estariam tentando pressioná-lo a abandonar uma possível candidatura futura.

“Ninguém vai forçá-lo a tomar uma decisão”, destacou.

Ainda assim, Sóstenes admitiu que o partido possui nomes alternativos para disputar o pleito, caso a inelegibilidade de Bolsonaro seja mantida pela Justiça. Entre os possíveis sucessores citados estão os governadores Tarcísio de Freitas (São Paulo) e Romeu Zema (Minas Gerais), ambos filiados a partidos alinhados à direita.

Estratégia visa manter protagonismo político e engajamento da base

A nova manifestação programada para o 7 de Setembro é vista como uma oportunidade para rearticular a base bolsonarista e manter o protagonismo político do ex-presidente em evidência. O PL aposta na força simbólica da data – que tradicionalmente mobiliza setores conservadores – para reunir apoiadores e reforçar a narrativa de que Bolsonaro continua sendo o principal representante da direita no país.

Baixa participação em ato de Bolsonaro na Paulista gera críticas e ironias da oposição

A manifestação liderada por Jair Bolsonaro no último domingo (29), na Avenida Paulista, foi marcada por uma participação considerada tímida até mesmo entre apoiadores. Segundo levantamento de monitor ligado à Universidade de São Paulo (USP), apenas 12,4 mil pessoas compareceram ao ato, número que representa a menor adesão já registrada em eventos bolsonaristas desde o término do mandato do ex-presidente. O esvaziamento da manifestação rapidamente repercutiu nas redes sociais, onde lideranças da base governista ironizaram o que classificaram como “fracasso político”.

Além da ausência de aliados de peso, os discursos proferidos foram avaliados como esvaziados e pouco mobilizadores. A tentativa de manter Bolsonaro como principal liderança da direita em meio à sua inelegibilidade esbarrou na falta de público, gerando reações negativas tanto entre adversários quanto em alas do próprio campo conservador.