O exame necroscópico realizado por peritos da Polícia Federal (PF) confirmou que Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, responsável pelo atentado a bomba próximo ao Supremo Tribunal Federal (STF), morreu devido a um traumatismo cranioencefálico provocado pelos explosivos que ele mesmo acionou. O laudo apontou uma fratura extensa no lado direito do crânio e a amputação de dedos da mão direita, ambos resultados diretos da explosão.

De acordo com os peritos do Instituto Nacional de Criminalística (INC), as lesões indicam que Francisco Wanderley segurava a bomba com a mão direita, próxima à cabeça, no momento da detonação. Foi realizado também um exame toxicológico para verificar se ele estava sob efeito de substâncias psicotrópicas no momento do ataque.

Na residência alugada por Francisco em Ceilândia, região do entorno de Brasília, a Polícia Federal encontrou pelo menos oito bombas improvisadas. A PF identificou que os dispositivos foram montados com pólvora e fragmentos metálicos, como porcas e arruelas, seguindo o mesmo padrão das bombas utilizadas na Praça dos Três Poderes. Esse tipo de explosivo aumenta a pressão interna antes de lançar estilhaços, causando ferimentos graves.

A investigação inclui a análise do celular de Francisco Wanderley. A PF solicitou a quebra de sigilo telemático para examinar históricos de buscas, mensagens e dados armazenados na nuvem, a fim de determinar se ele agiu sozinho ou teve cúmplices. Outros itens apreendidos, como um trailer carregado com explosivos, também estão sendo periciados.

Além das perícias, a PF colheu depoimentos de testemunhas, incluindo o dono da loja que vendeu fogos de artifício usados no atentado, seguranças do STF, um policial militar que atendeu a ocorrência na Praça dos Três Poderes e vizinhos do suspeito. Essas informações complementam o inquérito.