O vice-presidente nacional do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, aparece com 42% das intenções de voto para governador da Bahia em 2026, seguido de perto pelo atual governador Jerônimo Rodrigues (PT), que tem 38%. Os números são da pesquisa Quaest, divulgada nesta quinta-feira (27), encomendada pela Genial Investimentos.

Se considerada a margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos, os dois, que disputaram em 2022 o segundo turno pelo comando do Estado, estão tecnicamente empatados.

Cenário com outros candidatos

Entre os demais nomes mencionados na pesquisa, o ex-deputado federal João Roma (PL), que também concorreu ao cargo de governador em 2022, registra 3% das intenções de voto, enquanto Kleber Rosa (PSOL) aparece com 1%. Tanto o presidente estadual do PL quanto o ex-candidato a prefeito de Salvador estão tecnicamente empatados dentro da margem de erro.

A pesquisa entrevistou 1.200 eleitores entre os dias 19 e 23 de fevereiro de 2025, em 57 municípios baianos, e a margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Jerônimo Rodrigues tem 50% de apoio para reeleição

O levantamento também investigou se os eleitores acreditam que Jerônimo Rodrigues merece ser reeleito. Para 50% dos entrevistados, o governador deve continuar no cargo. Por outro lado, 44% disseram que ele não merece a reeleição, enquanto 6% não souberam ou não responderam.

Mudança no posicionamento político do eleitorado baiano

Outro ponto relevante do estudo é a mudança no posicionamento ideológico dos eleitores na Bahia:

• O número de eleitores que se identificam como lulistas ou petistas caiu de 31% em dezembro de 2024 para 25% em fevereiro de 2025.
• Os bolsonaristas oscilaram positivamente, passando de 6% para 7% no mesmo período.
• Houve um aumento expressivo dos que não se identificam com nenhuma corrente política: de 28% em dezembro para 38% em fevereiro.

Perfil dos entrevistados

Entre os 1.200 eleitores entrevistados:

• Gênero: 53% são mulheres e 47% homens.
• Idade: 29% têm entre 16 e 30 anos, 38% entre 31 e 50 anos e 33% têm 51 anos ou mais.
• Escolaridade: 42% têm até o Ensino Fundamental, 42% têm o Ensino Médio completo ou incompleto, e 16% têm Ensino Superior incompleto ou mais.
• Renda: 55% ganham até dois salários mínimos, 34% ganham entre dois e cinco salários mínimos, e 11% recebem mais de cinco salários mínimos.

Aprovação de Jerônimo Rodrigues cresce 7 pontos

A mesma pesquisa apontou que o governador Jerônimo Rodrigues teve um crescimento significativo em sua aprovação. Em fevereiro de 2025, 61% dos baianos aprovam sua gestão, enquanto 31% desaprovam. Em dezembro de 2024, a aprovação era de 54%, o que representa um crescimento de 7 pontos percentuais.

A desaprovação caiu de 35% para 31% no mesmo período. Já aqueles que não souberam ou não quiseram responder passaram de 11% para 8%.

Avaliação da gestão estadual

A percepção dos baianos sobre o governo Jerônimo Rodrigues também melhorou:

• 42% consideram a administração positiva – um aumento de 10 pontos percentuais em relação a dezembro de 2024.
• 29% avaliam a gestão como regular – queda de 6 pontos percentuais em comparação ao levantamento anterior.
• 21% classificam o governo como negativo – redução de 1 ponto em relação a dezembro de 2024.

Segmentos que mais aprovam governo petista

A aprovação do governador é maior entre:

• Homens;
• Pessoas com 51 anos ou mais;
• Eleitores com escolaridade até o Ensino Fundamental;
• Cidadãos com renda de até dois salários mínimos.

Rejeição ao governo Lula atinge 51% na Bahia

Enquanto Jerônimo Rodrigues ganha popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um cenário adverso na Bahia. Pela primeira vez, a desaprovação ao governo federal no Estado superou a aprovação.

De acordo com a pesquisa Quaest, 51% dos baianos desaprovam a gestão de Lula – um aumento de 18 pontos percentuais em relação ao último levantamento. A aprovação caiu para 47%, uma redução de 19 pontos.

Os entrevistados destacaram questões econômicas como principal motivo da insatisfação:

• Apenas 16% acreditam que a economia melhorou;
• 50% avaliam que a situação econômica piorou;
• 95% dos entrevistados concordam que houve aumento significativo nos preços dos alimentos.

Outros problemas mencionados foram segurança pública (44%), saúde (26%) e educação (10%).

Rejeição ao Governo Lula cresce em outros estados

A Bahia não é o único estado com aumento na rejeição ao governo Lula. Outros sete estados registraram índices de desaprovação superiores à aprovação:

• Pernambuco: 50% de rejeição contra 49% de aprovação;
• Rio de Janeiro: 64% desaprovam a gestão federal;
• São Paulo: 69% de rejeição – aumento de 14 pontos em relação a dezembro de 2024;
• Minas Gerais: 63% desaprovam – crescimento de 16 pontos percentuais;
• Paraná: 68% de rejeição;
• Rio Grande do Sul: 66% de desaprovação;
• Goiás: 70% de rejeição.

Segundo o diretor da Quaest, Felipe Nunes, os números refletem a insatisfação com o desempenho econômico e a percepção de que Lula não está cumprindo as promessas de campanha. “Primeiro, Lula não consegue cumprir suas promessas. Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em janeiro de 2025: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população”, explicou Nunes.