Paulo Azi rebate críticas de prefeito de LEM e acusa ‘falta de memória e caráter’
Presidente estadual do União Brasil classificou falas de Júnior Marabá como uma tentativa de ‘justificar a traição ao povo que o elegeu’

O presidente do União Brasil na Bahia, deputado federal Paulo Azi, rebateu as declarações do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), após o gestor municipal criticar a atuação política de ACM Neto no interior do Estado. Azi classificou as falas de Marabá como uma tentativa de “justificar a traição ao povo que o elegeu” e acusou o prefeito de falta de “memória e caráter”.
ACM Neto foi decisivo para eleição de Marabá, diz Azi
Segundo Azi, ACM Neto teve papel fundamental para garantir a filiação de Marabá ao antigo Democratas (DEM) em 2020, permitindo sua candidatura à prefeitura de Luís Eduardo Magalhães. O parlamentar afirmou que, à época, o PT e seus aliados tentaram impedir que ele concorresse ao cargo, mas a intervenção do ex-prefeito de Salvador garantiu legenda e apoio decisivo para sua eleição.
“Coube a ACM Neto assegurar a sua filiação ao nosso partido, garantir a legenda e conceder apoio decisivo para a sua eleição. O detalhe que impressiona é que, logo depois de eleito, sem qualquer postura de consideração e respeito partidário, sem ter a dignidade de sequer avisar, Junior Marabá se desfilia do partido”, declarou.
Eleições 2024
Azi também lembrou que, em 2024, Marabá buscou novamente o apoio de ACM Neto e do União Brasil para consolidar sua candidatura à reeleição. Segundo ele, o partido interveio no diretório municipal, retirando o então vice-prefeito Felipe do comando da sigla em Luís Eduardo Magalhães para atender ao pedido de Marabá. Além disso, o União Brasil destinou R$ 200 mil do fundo eleitoral para a campanha do prefeito, decisão comunicada diretamente por ACM Neto, vice-presidente nacional do partido.
De acordo com o dirigente partidário, as declarações recentes de Júnior Marabá têm motivações questionáveis. Para Azi, “causa estranheza as declarações ofensivas e injustas do prefeito, que parecem mais uma tentativa de chamar atenção na mídia baiana”.
“Resta à população de Luís Eduardo Magalhães se perguntar o que está por trás dessa repentina verborragia”, criticou Azi.
Marabá critica ausência de ACM Neto no interior
Por outro lado, Júnior Marabá sustenta que sua insatisfação com ACM Neto se deve à falta de proximidade do ex-prefeito de Salvador com as cidades do interior. Em entrevista ao editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, ele disse que não contou com apoio efetivo nas eleições em 2024 e avalia como “natural” a recondução de Jerônimo ao cargo de governador em 2026, apesar das diferenças ideológicas.
Conforme o prefeito de Luís Eduardo Magalhães, as demandas do município “são bem acolhidas pelo Governo do Estado” e Neto não demonstra intenção de liderar o processo eleitoral de 2026 na Bahia. Além disso, Marabá afirmou que, apesar de tê-lo apoiado em 2022 e de Neto ter recebido 70% dos votos no município, não há sinais de movimentação política para a próxima disputa.
“Eu costumo dizer que tenho uma independência política. Como prefeito, tenho um bom relacionamento com o governador Jerônimo Rodrigues, sempre foi muito agradável”.
Marabá disse ainda que, apesar do apoio à oposição nas eleições de 2018 e 2022, nunca teve proximidade com ACM Neto. Segundo ele, outras lideranças compartilham dessa mesma visão, mas não externam suas opiniões publicamente.
“Não tivemos uma participação efetiva no interior baiano, nas eleições de 2024. Então, eu vi que não existiu esse respaldo e eu vejo que não existe um respaldo dessa construção para o ano que vem. Visto isso, eu percebo que existe uma recondução natural do governador em relação ao processo de 2026“, completou.
Eleições 2026: falta de nomes fortes na oposição
Na avaliação de Júnior Marabá, a oposição ainda não apresentou um nome forte o suficiente para desafiar o governador Jerônimo Rodrigues (PT) nas eleições de 2026.
“Eu sou um cara de uma cidade com viés político conservador e de direita, mas preciso ser coerente. Hoje, não temos um representante da centro-direita com potencial para o enfrentamento ao governo do estado. Vejo sim uma recondução do atual governador pela maestria política que eles têm”, declarou.
O prefeito esteve em Salvador nesta semana para cumprir agenda e divulgar eventos importantes para o agronegócio do Oeste baiano. Ele apresentou o Arraiá de LEM e também buscou parcerias para a 19ª edição da Bahia Farm Show, considerada a maior feira de negócios e tecnologia agrícola do Norte e Nordeste.
Embate expõe racha na oposição
O confronto entre Paulo Azi e Júnior Marabá evidencia um racha dentro da oposição baiana, especialmente entre aliados do União Brasil e do PP. O embate ocorre em um momento de reorganização política nacional e no Estado. Os dois partidos avançam para a criação de uma federação partidária, que pode resultar na maior bancada da Câmara dos Deputados.
No entanto, na Bahia, o PP vive um dilema. O presidente estadual da legenda, deputado federal Mário Negromonte Júnior, afirma que a maioria dos parlamentares e prefeitos é favorável a um retorno à base do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Porém, o partido faz parte da base de apoio do prefeito Bruno Reis (União Brasil), que é comandada em Salvador pelo secretário municipal de Governo, Cacá Leão, que defende a permanência na oposição e a criação da federação nacional.
Enquanto isso, ACM Neto, vice-presidente nacional do União Brasil, tenta manter o controle da oposição e consolidar seu grupo político, prefeitos como Marabá indicam um possível afastamento e reavaliação de alianças. O cenário segue indefinido, mas as críticas públicas demonstram que o caminho da oposição para as próximas eleições ainda está longe de um consenso.
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