O senador Otto Alencar (PSD) minimizou, nesta sexta-feira (3), os rumores sobre a ausência do senador Angelo Coronel (PSD) durante reunião entre o governador Jerônimo Rodrigues (PT) e a bancada estadual do partido. Em entrevista ao Portal M!, Otto explicou que a ausência de Coronel ocorreu pelo fato de o encontro ter sido voltado para deputados estaduais, e observou que esteve presente por ser presidente estadual do PSD, enquanto Coronel não teria obrigação de comparecer.

“O Angelo Coronel, senador, não foi porque eram os deputados estaduais que teriam que ir com o presidente do partido. Eu sou o presidente do partido, o Angelo não é o presidente do partido. Até falei com ele, ele disse: ‘não, vá você, que é o presidente do partido’”, observou Otto.

Discussão sobre critérios eleitorais

Durante a cerimônia de outorga do Título de Cidadão Benemérito da Liberdade e da Justiça Social João Mangabeira e a Comenda 2 de Julho ao professor, ex-prefeito e ex-vereador de Salvador, Edvaldo Brito (PSD), Otto também enfatizou que a reunião com Jerônimo tratou da definição de critérios de campanha para 2026, com foco em garantir tratamento igualitário entre os candidatos. O senador afirmou que não houve debate sobre reeleições, mas reconheceu que o tema tem antecipado tensões políticas tanto na Bahia quanto no cenário nacional.

“A questão dos deputados estaduais e também dos candidatos a deputados estaduais é para que se estabeleça critérios na campanha de 2026 que possam dar um tratamento igual a todos, porque todos querem trabalhar para a reeleição e quem não está reeleito quer se eleger. Então, isso foi o que foi discutido lá com muita clareza, não se tocou em reeleição”.

Otto reafirma compromisso com lideranças petistas

Na ocasião, o senador também reafirmou seu compromisso com lideranças petistas, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o senador Jaques Wagner (PT), o ministro Rui Costa, além do governador Jerônimo. Apesar disso, ele defendeu que as definições sobre a chapa majoritária devem ocorrer apenas em 2026. Para ele, o debate precoce tem potencial de atrapalhar a gestão estadual.

“Eu tenho um compromisso de discutir essa questão o ano que vem. Lamentavelmente esse ano, que não é um ano de eleição, um ano ímpar, não se fala outra coisa na Bahia e no Brasil, se não a reeleição do Jerônimo, quem vai ser o candidato a senador e o presidente Lula”, pontuou.

Na avaliação do senador, o debate precoce tem potencial de atrapalhar a gestão estadual. “Essas coisas tensionam muito a gestão, termina prejudicando a própria gestão aqui do governador Jerônimo, que vai muito bem na gestão e podemos ter problemas. Vamos ter que encontrar uma saída”.

O senador lembrou ainda que sua trajetória na política foi construída a partir de 2010, quando deixou o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) a convite do então governador Jaques Wagner e do presidente Lula. Otto enfatizou que, desde então, tem atuado em defesa de projetos do PT em conjunto com o PSD e outros partidos da base.

“Vim para a política e estou com 15 anos nessa luta e nessa defesa dos projetos do Partido dos Trabalhadores com o nosso partido e outros partidos da base, defendendo essa causa e não posso, de uma hora para outra, por estímulo de quem quer que seja, tomar uma decisão intempestiva. Então, eu acho que o Coronel é candidato à reeleição, como o Jerônimo é, como o Wagner é, o Rui que pretende ser e tem que encontrar uma solução lá adiante”, finalizou.