Moraes recusa pedido da CGU para acessar provas do inquérito das joias envolvendo Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), recusou o pedido de compartilhamento de provas do inquérito das joias com a Controladoria-Geral da União (CGU). A CGU solicitou acesso a informações sobre transferências bancárias, mensagens e depoimentos da investigação que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Moraes explicou que, em sua visão, o compartilhamento seria “absolutamente prematuro”, pois a investigação ainda está em andamento.

“Ainda que os elementos de prova obtidos nos referidos autos possam interessar a` requerente, o deferimento do requerimento, neste momento processual, se revelaria absolutamente prematuro, em razão da existência de diligências em andamento”, afirma um trecho do despacho.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) manifestou-se contra o compartilhamento, alegando que isso poderia “comprometer” a conclusão do inquérito. A CGU procura acesso às provas para apoiar um procedimento administrativo e uma apuração preliminar iniciada internamente sobre o caso.

“Tais elementos de prova são imprescindíveis para análise do caso, de modo a possibilitar a esta CGU a adoção das providências cabíveis para a promoção da responsabilização administrativa dos agentes públicos federais envolvidos”, pontuou a Controladoria-Geral da União.

O órgão já obteve cópia dos autos principais do processo, mas pediu informações adicionais mencionadas em relatórios e laudos da Polícia Federal. A lista inclui áudios, conversas de WhatsApp, e-mails, fotos, vídeos, planilhas, termos de depoimento e de interrogatório, quebras de sigilo telefônico e de mensagens, transferências bancárias, entre outros.

Bolsonaro é acusado pela Polícia Federal de desvio de joias e relógios de luxo da Presidência, avaliados em R$ 6,8 milhões. O escândalo das joias foi divulgado pelo Estadão em março do ano passado.

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