Ministros do União Brasil devem deixar governo Lula até o fim do ano, dizem caciques da sigla
Movimentação faz parte da estratégia política que mira nas eleições presidenciais de 2026

O União Brasil já traçou um cronograma para desembarcar oficialmente do governo Lula até o fim de 2025. De acordo com dirigentes da legenda, dois dos três ministros atualmente indicados pelo partido ao primeiro escalão devem deixar seus cargos como parte da estratégia política que mira nas eleições presidenciais de 2026. A única exceção será o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, que permanecerá na Esplanada, mas não como representante formal da sigla.
Segundo o Metrópoles, os ministros Celso Sabino (Turismo) e Juscelino Filho (Comunicações) são os nomes que deixarão o governo. Ambos são filiados ao União Brasil e, conforme interlocutores do partido, já estariam cientes da necessidade de se desvincular do governo federal até dezembro, sob pena de prejudicar o projeto eleitoral da legenda para o próximo ciclo eleitoral. A decisão foi tratada como consenso entre os principais caciques da sigla, que consideram incompatível seguir em cargos no Executivo petista e, ao mesmo tempo, compor um projeto de oposição ao Planalto.
Federação com PP e apoio a Tarcísio aceleram desembarque
O movimento de saída também se dá em meio à consolidação da federação partidária entre União Brasil e Progressistas (PP), comandado pelo senador Ciro Nogueira (PI), ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro. A nova estrutura está prevista para ser formalizada em julho e deverá proibir qualquer integrante de exercer cargos no governo Lula. Quem insistir em permanecer nos postos será considerado cota pessoal do presidente da República, sem vinculação com a federação.
A federação, que tende a formar uma das principais forças da centro-direita no país, já tem um objetivo declarado: lançar ou apoiar uma candidatura competitiva ao Palácio do Planalto em 2026. O nome mais cotado até o momento é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado por lideranças do grupo como o principal herdeiro político do bolsonarismo. Outros nomes como Romeu Zema (MG), Ratinho Junior (PR) e Ronaldo Caiado (GO) também estão no radar.
Nesse contexto, a permanência de ministros filiados ao União Brasil no governo petista passou a ser vista como um entrave à coerência política do novo bloco. O gesto de saída seria, portanto, uma sinalização clara ao eleitorado de que a sigla não pretende mais compor a base governista.
Lula sinaliza nova candidatura e reage à movimentação da direita
Enquanto articula sua base para evitar novas baixas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já admite que pode disputar a reeleição em 2026. Em entrevista ao podcast “Mano a Mano”, divulgada nesta quinta-feira (19), Lula afirmou que, se for candidato, será “para ganhar as eleições”. O petista mencionou diretamente os governadores Tarcísio, Zema, Caiado e Ratinho Junior como possíveis adversários, todos alinhados à direita ou ao bolsonarismo, e garantiu estar pronto para enfrentá-los nas urnas.
“Se quiserem me derrotar, vão ter que fazer mais do que eu faço”, declarou o presidente, ao reforçar que os nomes citados pertencem, segundo ele, ao campo da extrema direita. Lula também usou a entrevista para criticar a gestão de Jair Bolsonaro, se defender das críticas pela alta no IOF e minimizar os efeitos da crise provocada pela revelação das fraudes no INSS sobre sua popularidade.
Internamente, o Palácio do Planalto já trabalha com a possibilidade de acomodar aliados mais fiéis em postos estratégicos deixados por partidos que se afastarem da base. A saída dos ministros do União Brasil, portanto, não deve provocar uma crise institucional, mas sim acelerar o realinhamento político do governo em direção a um bloco mais coeso rumo à sucessão presidencial.
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