Mauro Vieira defende Brics como força de cooperação e critica bombardeios em Gaza
Chanceler afirmou que bloco deve ser uma ‘força para o bem’, atuando como uma coalizão de cooperação e não de confronto

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu, nesta segunda-feira (28), o fortalecimento da diplomacia preventiva no âmbito do Brics, durante reunião de chanceleres no Palácio do Itamaraty, na região central do Rio de Janeiro. Vieira afirmou que o bloco deve ser uma “força para o bem”, atuando como uma coalizão de cooperação e não de confronto.
Chanceler defende investimento na paz
Em seu discurso, o chanceler explicou que investir na paz requer enfrentar as causas profundas da instabilidade, como a pobreza, desigualdade e instituições frágeis. “O sofrimento humano jamais deve ser instrumentalizado. O Brics deve continuar a defender um sistema humanitário global neutro, justo, unificado e genuinamente universal”, disse o ministro.
Vieira reforçou a importância de reafirmar a crença em um mundo multipolar, ressaltando que “a segurança não é privilégio de poucos, mas direito de todos”. Para ele, o Brics deve dar exemplo através de ações concretas de cooperação internacional.
Durante sua fala, o ministro abordou também conflitos em andamento, citando a guerra entre Rússia e Ucrânia e a ofensiva de Israel em Gaza. “A situação devastadora nos territórios palestinos ocupados continua sendo uma fonte de profunda preocupação”, afirmou.
Vieira reafirmou a posição brasileira pela criação de dois Estados independentes como solução para a guerra em Gaza, defendendo um Estado da Palestina com Jerusalém Oriental como capital. “É necessário assegurar a retirada total das forças israelenses de Gaza, assegurar a libertação de todos os reféns e garantir a entrada de ajuda humanitária”, destacou.
Brasil assume protagonismo no Brics com foco em comércio e meio ambiente
A reunião no Rio de Janeiro ocorre em um momento estratégico para o Brasil, que preside o Brics em 2025. O encontro reúne os chanceleres de 11 países: África do Sul, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã, Rússia e Arábia Saudita (esta última como membro convidado).
Combate à guerra tarifária e fortalecimento da OMC
Um dos principais temas defendidos pelo Brasil durante a presidência do Brics é o enfrentamento da guerra tarifária global, intensificada após as medidas unilaterais adotadas pelos Estados Unidos na gestão de Donald Trump. Barreiras comerciais contra a China impactaram diretamente o comércio global, e o Brasil busca reforçar o papel da Organização Mundial do Comércio (OMC) como mediadora de disputas.
Desde 2019, o bloqueio norte-americano à nomeação de juízes para o Órgão de Apelação da OMC fragilizou a capacidade do sistema multilateral de resolver conflitos comerciais. Nesse cenário, o Brasil lidera esforços dentro do Brics para restaurar a funcionalidade do órgão e garantir a resolução de disputas com base em regras internacionais, evitando medidas unilaterais.
Fundo ambiental para preservação das florestas tropicais
Outro eixo central da liderança brasileira no Brics é a criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês). A iniciativa visa financiar economias de baixo carbono e combater as mudanças climáticas com recursos provenientes de países desenvolvidos, os principais responsáveis históricos pelas emissões de gases do efeito estufa.
O Brasil pretende consolidar a proposta até a realização da COP30, que acontecerá em novembro em Belém (PA). A ideia é garantir compromissos financeiros robustos para a preservação ambiental e a transição energética, seguindo os princípios do Acordo de Paris, que exige dos países ricos uma contribuição proporcional à sua responsabilidade climática histórica.
Serviços incorporados e perspectivas futuras
Durante a presidência brasileira no Brics, já foram realizados quatro encontros ministeriais e cerca de 80 reuniões técnicas. A reunião no Rio de Janeiro é preparatória para a cúpula dos líderes, prevista para os dias 6 e 7 de julho.
O ministro Mauro Vieira tem agenda bilateral com representantes de países estratégicos, como Indonésia, Rússia, Tailândia, China, Cuba, Nigéria e Etiópia. A expectativa é que as discussões resultem em uma declaração conjunta que reforce o compromisso do Brics com a cooperação multilateral, a diplomacia preventiva e a sustentabilidade ambiental.
O fortalecimento da agenda multilateral, o financiamento climático e a defesa de um comércio internacional justo são temas que devem nortear as ações brasileiras à frente do bloco, consolidando o país como protagonista nas discussões globais.
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