Marta Rodrigues cobra ações do poder público após descoberta de possível cemitério de escravizados em Salvador
Vereadora enfatizou a importância de transformar o cemitério em um espaço de memória e preservação histórica

A descoberta de um possível cemitério de escravizados do século 18, localizado em um estacionamento no bairro de Nazaré, em Salvador, gerou um pedido de ação urgente da presidente da Comissão de Reparação da Câmara Municipal, vereadora Marta Rodrigues (PT). Ela solicitou que os poderes públicos e órgãos competentes tratem com atenção e empenho o resgate e preservação do local, que remonta à história da escravidão no Brasil.
Marta Rodrigues enfatizou a importância de transformar o cemitério em um espaço de memória e preservação histórica.
“É fundamental que este local seja tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC)“, declarou a vereadora. A transformação do cemitério em um monumento público é vista como uma ação essencial para resgatar e valorizar a memória das vítimas da escravidão.
A pesquisadora Silvana Olivieri, responsável pela descoberta, foi parabenizada pela vereadora, que ressaltou a relevância do trabalho para a sociedade.
“Quero parabenizar a pesquisadora Silvana Olivieri por esse belíssimo trabalho e descoberta. É preciso apoiar as iniciativas que promovam a reparação e preservação da memória de processos culturais e sociais de exclusão e violência”, afirmou. A vereadora reiterou o apoio total da Comissão de Reparação às ações que busquem promover a justiça de transição e igualdade étnico-racial.
Relevância nacional da descoberta
A pesquisa de Silvana Olivieri é considerada crucial não apenas para a Bahia, mas também para o Brasil. Segundo a vereadora, a descoberta aponta que no cemitério estão enterradas pessoas negras escravizadas que participaram de revoltas históricas importantes, como a Revolta de Búzios e a Revolta dos Malês. Marta Rodrigues destacou que o achado revela um “potente e rico acervo histórico” que precisa ser amplamente reconhecido e estudado.
A vereadora ressaltou que o cemitério contém os restos mortais de negros, indígenas e revoltosos, que, embora anônimos, desempenharam um papel significativo na luta pela liberdade e na formação cultural do Brasil.
“A pesquisa nos diz que por lá foram enterrados negros, indígenas, revoltosos, pessoas escravizadas e toda uma parcela da nossa sociedade baiana, que, embora anônima, teve grande contribuição para nossa liberdade e para nossa formação cultural”, disse.
A vereadora defendeu que o Estado brasileiro priorize ações que visem a reparação histórica, especialmente para grupos historicamente marginalizados, como os de matriz africana e os povos originários.
“O Estado brasileiro tem que priorizar em suas ações os grupos e comunidades historicamente excluídos e/ou marginalizados, como os de matriz africana e de povos originários”, disse.
Marta Rodrigues também destacou a necessidade de garantir dignidade a essas pessoas enterradas de forma precária. Para ela, o local deve ser tratado com respeito, e a preservação deve seguir as diretrizes apropriadas para que a história possa ser contada para as gerações futuras.
“Esperamos que exista todo apoio a esse cemitério, que o que for feito, esteja conforme as diretrizes para que o povo possa conhecer sua história”, frisou.
Pesquisadores investigam possível cemitério de escravizados
A possível existência de um cemitério de escravizados do século 18 no estacionamento da Pupileira, no bairro de Nazaré, em Salvador, está sendo investigada. A descoberta foi feita pela arquiteta urbanista Silvana Olivieri, da Universidade Federal da Bahia (Ufba), durante sua pesquisa de doutorado. A estudiosa identificou a área ao comparar mapas históricos do período com imagens de satélite atuais.
“Utilizei como fontes vários mapas e plantas de Salvador do século 18, além de escassas referências bibliográficas, especialmente artigos dos historiadores Braz do Amaral (1917) e Consuelo Pondé de Sena (1981), e um livro escrito em 1862 por Antônio Joaquim Damázio, contador da Santa Casa”, explicou Olivieri em entrevista ao site G1 Bahia.
A Santa Casa de Misericórdia da Bahia, responsável pela área, discute com pesquisadores a possibilidade de escavações para confirmar a existência do cemitério. O processo está sendo acompanhado pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) e pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que avaliam as medidas necessárias para preservar o possível sítio histórico.
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