Manifestação a favor do fim da jornada de trabalho 6×1 acontece em Salvador nesta sexta

Salvador será palco de uma manifestação que reivindica o fim da jornada de trabalho no formato 6×1, que exige seis dias consecutivos de trabalho para apenas um de descanso. Organizado pelo movimento Vida Além do Trabalho (Vat), o evento ocorrerá nesta sexta-feira (15), feriado da Proclamação da República, às 10 horas, no Farol da Barra, um dos principais pontos turísticos da capital baiana.

Além do ato em Salvador, o movimento Vida Além do Trabalho lançou uma petição pública, que já reuniu mais de 2,5 milhões de assinaturas, demonstrando um amplo apoio popular para a causa. O documento será enviado ao Congresso Nacional como forma de pressionar os parlamentares a apoiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que busca abolir a jornada 6×1.

A proposta foi apresentada pela deputada Erika Hilton (Psol-SP) em 1º de maio, Dia do Trabalhador, e até o momento conta com o apoio formal de 134 deputados federais (sendo 17 baianos), ainda abaixo do mínimo necessário de 171 assinaturas para que sua tramitação tenha início.

A PEC foi elaborada com o objetivo de reduzir a carga horária semanal e garantir aos trabalhadores mais tempo para questões pessoais, familiares e de desenvolvimento profissional. Segundo a deputada Erika Hilton, a jornada de trabalho de seis dias seguidos com apenas um de descanso limita o direito ao descanso digno, essencial para a qualidade de vida.

A parlamentar defende que, ao permitir aos trabalhadores uma carga horária mais equilibrada, haverá impactos positivos, como redução no estresse, melhora da saúde mental e mais tempo para qualificação, o que também beneficia o desenvolvimento do país em longo prazo. A mudança tem como base experiências internacionais em países como França e Alemanha, onde jornadas menores se mostraram positivas tanto para o bem-estar dos trabalhadores quanto para a produtividade.

A PEC da jornada 6×1 precisa de um total de 171 assinaturas para ser oficialmente discutida nas comissões e avançar no Congresso Nacional.

Bancada baiana

A PEC conta com apoio apenas de uma parte da bancada baiana na Câmara dos Deputados. Entre os 39 deputados da Bahia, somente 17 assinaram a proposta até o momento, mas vem aumentando – já que no início da semana, apenas 12 havia aderido. A maioria dos apoiadores fazem parte da base governista, como Alice Portugal (PCdoB), Bacelar (PV), Daniel Almeida (PCdoB), Elisângela Araújo (PT), Ivoneide Caetano (PT), Jorge Solla (PT), Joseildo Ramos (PT), Josias Gomes (PT), Lídice da Mata (PSB), Raimundo Costa (Podemos), Pastor Sargento Isidório (Avante), Valmir Assunção (PT), Waldenor Pereira (PT), Charles Fernandes (PSD-BA) e Ricardo Maia (MDB-BA). Pela oposição, estão Leo Prates (PDT) e Paulo Azi (União Brasil).

Até o momento, o único deputado que já se posicionou contrário é Capitão Alden (PL), que criticou a proposta e afirmou que foi mal elaborada. “Só tem um artigo. Não traz elemento, não traz gráfico, não traz proposta, não traz consequências”, ponderou.

Contudo, outros 22 parlamentares baianos ainda não manifestaram publicamente sua posição sobre a proposta. Entre eles estão nomes como Adolfo Viana (PSDB), Alex Santana (Republicanos), Antonio Brito (PSD), Arthur Maia (União), Félix Mendonça Júnior (PDT), João Carlos Bacelar (PL), entre outros.