O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarcou, na manhã desta segunda-feira (16), para o Canadá, onde participará da 51ª Cúpula do G7, marcada para terça-feira (17), na cidade de Kananaskis, na província de Alberta. O evento reúne as sete maiores economias industrializadas do mundo, além de países convidados, como o Brasil. As informações são da Agência Brasil.

“A convite do Primeiro Ministro canadense, Mark Carney, embarco nesta manhã para o Canadá. Lá, irei representar o Brasil na sessão ampliada da Cúpula do G7, que ocorre amanhã“, escreveu o presidente nas redes sociais antes do embarque.

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Segurança energética e COP30 dominam a pauta

O Ministério das Relações Exteriores informou que a segurança energética será um dos principais temas em debate entre os países membros e as nações convidadas. O Brasil, segundo o Itamaraty, levará contribuições relacionadas à tecnologia, inovação, diversificação e estruturação de cadeias produtivas de minerais críticos.

O embaixador Mauricio Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty, destacou que a cúpula será uma oportunidade para antecipar discussões previstas para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), programada para novembro, em Belém, no Pará.

“A participação do presidente Lula será uma oportunidade para que o presidente possa falar também da organização da COP-30 e possa convidar outros países (para o evento)”, afirmou Lyrio, que acrescentou que o tema proposto para o G7 guarda relação direta com as pautas da próxima conferência climática.

Sessão ampliada reúne países emergentes

O Brasil fará parte da sessão ampliada da cúpula, ao lado de outras nações convidadas, como África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México. Os membros permanentes do G7 são Estados Unidos, Itália, França, Reino Unido, Japão, Canadá e Alemanha.

O convite a Lula foi feito na última quarta-feira (11) pelo primeiro-ministro canadense, Mark Carney. Além da participação na reunião, há expectativa de um encontro bilateral entre Lula e Carney na terça-feira (17).

Segundo informações de integrantes do Palácio do Planalto, Lula também pode se encontrar com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula. As agendas estão sendo organizadas para tentar viabilizar o encontro paralelo aos debates oficiais.

Reunião com Zelensky não confirmada

Até o momento, o governo brasileiro não confirmou oficialmente a reunião entre Lula e Zelensky. Fontes próximas ao presidente afirmam que as equipes diplomáticas dos dois países estão em contato para ajustar um horário na agenda do evento.

Embora nem o Brasil nem a Ucrânia façam parte do G7, ambos os presidentes foram convidados para participar da sessão ampliada. O grupo costuma incluir outras nações nas discussões para ampliar o diálogo internacional.

A relação entre Lula e Zelensky tem sido marcada por divergências, especialmente em função da guerra entre Ucrânia e Rússia, que já dura mais de três anos. Ambos os líderes se encontraram anteriormente em Nova York e conversaram por telefone, mas Lula ainda não aceitou um convite oficial para visitar a Ucrânia.

Divergências sobre a guerra na Ucrânia

Recentemente, Lula esteve na Rússia e participou de agendas com o presidente Vladimir Putin. Em declarações públicas, Lula afirmou que, se Zelensky fosse “esperto“, entenderia que a solução para o conflito deve ser diplomática, e não militar.

Por outro lado, Zelensky criticou Lula ao afirmar que o presidente brasileiro não é mais um “player” relevante nas negociações e condenou sua posição, que considerou favorável à Rússia.

Lula defende que o diálogo para encerrar a guerra deve envolver diretamente autoridades russas e ucranianas. Brasil e China já sinalizaram interesse em mediar uma negociação, mas, até o momento, não houve avanços concretos nessa direção.