Lula se compromete com reconstrução da BR 319, rodovia que cruza a Amazônia
Presidente visitou o Amazonas para anunciar propostas de combate à seca
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se comprometeu, nesta terça-feira (10), com a reconstrução da BR 319, rodovia que liga Manaus, no Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia. As obras da estrada foram construídas em 1968 e, em 1988, passaram por abandono e nunca foram finalizadas. Assim, a sua pavimentação conta com controvérsias, pelo fato de cruzar uma região sensível da floresta amazônica. As informações são da Agência Brasil.
A partir desse contexto, Lula destacou que é necessário garantir a reconstrução da BR 319 sem desmatar a área ambiental, em visita à Aldeia Kainã, do povo munduruku, em Manaquiri, no Amazonas.
“Nós queremos pactuar, o estado e a Federação. Nós vamos ter que garantir que nós não vamos permitir o desmatamento e a grilagem de terra próximo à rodovia, como é habitual acontecer nesse país. A gente faz uma rodovia, daqui a pouco estão destruindo do lado direito e do lado esquerdo, tem gente queimando, tem gente grilando, tem gente matando, tem gente criando gado onde não é necessário criar gado”, relatou.
Além disso, o presidente citou o abandono da rodovia e reforçou que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também está no compromisso de reconstrução da BR 319.
“É preciso parar com essa história de achar que a companheira Marina não quer construir a BR 319. Ela foi construída nos anos 70, ela foi abandonada por desleixo não sei de quem, ficou sem funcionar. Ela tem uma parte pra cá que funciona, uma parte para lá que funciona e no meio são 400 quilômetros que foram inutilizados”, acrescentou.
Nesse sentido, Lula falou sobre as cobranças internacionais de preservação da floresta amazônica, mas declarou que o seu governo de compromete com o desenvolvimento econômico e sustentável da região. Por isso, ele ressaltou a importância de cuidar e preservar a biodiversidade como um “patrimônio soberano” do Brasil.
“O mundo que compra o nosso alimento está exigindo que a gente preserve a Amazônia. E por quê? Porque eles estão querendo que a gente cuide do ar que eles respiram. Eles não preservaram as terras deles no século passado, quando houve a revolução industrial. Nós queremos utilizar a Amazônia não como santuário da humanidade, mas como patrimônio soberano deste país e estudar a riqueza da biodiversidade para saber se a gente consegue fazer com que que os povos indígenas, os ribeirinhos, os nossos seringueiros, os nossos extrativistas vivam e ganhem dinheiro por conta da preservação da Amazônia”, pontuou o presidente.
Lula também afirmou que as negociações para retomar as obras da BR 319 devem envolver os diversos ministérios do Executivo federal, os governos locais, parlamentares e “quem mais for necessário”. “Nós temos consciência que, enquanto o rio estava navegável, cheio, a rodovia não tinha a importância que tem, enquanto o Rio Madeira estava vivo. E nós não podemos deixar duas capitais isoladas. Mas nós vamos fazer com a maior responsabilidade e queremos construir uma parceria de verdade”, concluiu.
Seca no Amazonas
O presidente Lula visitou Manaquiri e Tefé, no Amazonas, para promover o combate à seca na região. Na tarde desta terça-feira (10), ele tem reunião marcada com prefeitos para anunciar medidas de resolução do problema.
O anúncio vai permitir liberação rápida de recursos e apoio da União no processo de situação emergencial de estiagem que abordou 61 municípios amazonenses, que no total tem 62 cidades. O edital prevê quatro obras de dragagens de manutenção nos Rios Amazonas e Solimões. Cerca de R$ 500 milhões serão investidos em um prazo de cinco anos para assegurar a navegabilidade segura e reduzir os efeitos de estiagem, já que o Amazonas enfrenta a sua pior seca em 45 anos.
“Durante o período de seca, é possível observar a formação de praias e o surgimento de pedrais. Por isso, há a necessidade de dragagens para remoção de sedimentos acumulados dentro do canal de navegação e restabelecer a profundidade mínima de segurança da navegação, conforme estabelecido pela Marinha do Brasil. A dragagem é feita em pontos específicos, chamados de passos críticos — locais onde o sedimento se acumulou, e não em todo o leito do rio. Em respeito ao licenciamento ambiental, o sedimento removido é depositado em outro ponto do rio, fora do canal de navegação”, comunicou a Presidência.
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