O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, nesta quarta-feira (4), o discurso de parte do empresariado que atribui ao Bolsa Família, a dificuldade de contratar mão de obra. Em solenidade no Palácio do Planalto sobre hospitais federais, ele também afirmou que o governo fará um pente-fino nos programas sociais para identificar irregularidades, mas garantiu que o processo será feito com cautela.

“A culpa é sempre do pobre. Jogam a culpa no Bolsa Família, no aposentado do INSS, no BPC. Tudo isso estamos tratando com a maior delicadeza possível”, declarou Lula. Ele destacou a necessidade de adaptação às novas dinâmicas do mercado. “Os empresários precisam perceber que os tempos mudaram, que é preciso construir um novo mundo do trabalho”.

Sobre o pente-fino, Lula ressaltou que o levantamento será preciso e justo, para evitar punições indevidas. “Quem tem direito continuará recebendo, e quem está de forma ilícita deixará de receber. Esse é o preço por ser sério”, afirmou o presidente.

Lula também comentou a insatisfação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com a proposta de reajuste do Fundo Constitucional do DF. O governo quer que o aumento seja baseado no IPCA, e não no crescimento do PIB. O fundo, que prevê R$ 23,38 bilhões no orçamento de 2024, financia segurança, saúde e educação na capital. Segundo Lula, Ibaneis esteve com o presidente da Câmara, Arthur Lira, para articular a rejeição à mudança.

Em meio às declarações, o presidente destacou que a economia brasileira está em ascensão e refutou previsões pessimistas do mercado. “O PIB de 2023 não foi 2,9%, foi 3,2%. O PIB de 2024 não será 1,5%, como previam, será 3,5%”, declarou.