Lula quebra silêncio e acusa Bolsonaro de tramar assassinato e golpe de Estado ‘visível’
Presidente reafirma gravidade das acusações contra ex-mandatário e cobra responsabilização judicial

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, na noite desta última quarta-feira (26), que considera “visível” a tentativa de golpe de Estado por parte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e apontou sua suposta participação em um plano para assassiná-lo. A trama, revelada pela Polícia Federal em novembro, também previa o homicídio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta, por unanimidade, aceitar a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Bolsonaro (PL) e sete aliados.
Presidente evita especular desdobramentos do processo
Apesar das graves acusações, Lula evitou especular sobre o desfecho do julgamento de Bolsonaro pelo STF. A Corte acatou, na quarta, a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), tornando o ex-presidente réu por tentativa de golpe e outros quatro crimes, junto a sete aliados.
“O correto é que a Suprema Corte está se baseando nos autos do processo, após meses de investigação criteriosa realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público”, afirmou Lula.
O presidente também criticou as alegadas tentativas de Bolsonaro de se colocar como vítima de perseguição política.
“Ele sabe o que fez. Não adianta pedir anistia antes do julgamento, pois isso equivale a uma confissão de culpa”, declarou o presidente.
O petista ressaltou a importância do respeito ao processo legal e à ampla defesa, mas destacou que, caso Bolsonaro seja considerado culpado, deverá cumprir a pena estipulada pela Justiça.
Tarcísio sai em defesa de Bolsonaro e garante apoio
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), usou as redes sociais para manifestar apoio ao ex-presidente Bolsonaro. O governador, apontado como possível sucessor de Bolsonaro na disputa presidencial de 2026, afirmou que o ex-mandatário continuará sendo “a principal liderança política do Brasil”.
Tarcísio rechaçou qualquer possibilidade de se candidatar e reforçou sua lealdade a Bolsonaro, mesmo diante da inelegibilidade do ex-presidente e do processo em andamento no STF. “Sabemos que esse não será o último desafio a ser enfrentado, mas a verdade prevalecerá e sua inocência será comprovada”, escreveu em sua conta no X (antigo Twitter).
O governador também anunciou que testemunhará a favor de Bolsonaro no Supremo. “Tenho uma gratidão muito grande e serei sempre leal. Nunca vi o presidente planejando nada que estivesse fora da Constituição”, afirmou em entrevista ao podcast Inteligência Ltda.
Primeira Turma do STF impõe derrota a Bolsonaro e aliados
A decisão da Primeira Turma do STF de acatar a denúncia contra Bolsonaro e sete ex-integrantes de seu governo elevou as dificuldades para a defesa do ex-presidente. Além de Bolsonaro, foram denunciados Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Mauro Cid. A PGR pede condenação por crimes como organização criminosa, golpe de Estado e dano qualificado ao patrimônio público.
O julgamento surpreendeu os advogados dos acusados, uma vez que os ministros rejeitaram todas as questões preliminares levantadas pela defesa e indicaram uma postura dura contra os denunciados. A relação da tentativa de golpe com os atos do 8 de Janeiro foi destacada, reforçando a responsabilidade de Bolsonaro mesmo sem sua presença nos ataques às sedes dos Três Poderes.
A abordagem da Primeira Turma foi considerada mais profunda do que o usual, já que os ministros não apenas avaliaram a admissibilidade da denúncia, mas também adiantaram discussões sobre o mérito das acusações. O relator, Alexandre de Moraes, exibiu provas e relembrou momentos do quebra-quebra em Brasília, reforçando a gravidade dos fatos.
Luiz Fux e possíveis caminhos para a defesa
Embora a decisão da Primeira Turma tenha sido unânime, o ministro Luiz Fux se destacou ao sugerir que a tentativa de golpe deve ser tratada de forma distinta de um crime consumado. Ele também demonstrou reservas em relação à delação premiada de Mauro Cid, que teve papel decisivo na investigação.
A eventual discordância de Fux no julgamento do mérito pode favorecer a defesa de Bolsonaro e seus aliados, uma vez que votos divergentes possibilitam recursos mais amplos, como os embargos infringentes, que levam o caso ao plenário do STF. Caso a condenação seja unânime, os recursos serão limitados a questões formais, reduzindo as chances de reversão da sentença.
O julgamento do mérito ainda não tem data definida, mas a tendência é que o STF busque resolvê-lo ainda neste ano, evitando impactos no processo eleitoral de 2026. A evolução do caso determinará o futuro político de Bolsonaro e seus aliados, com possíveis repercussões significativas no cenário eleitoral brasileiro.
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