O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prestou, nesta sexta-feira (25), sua última homenagem ao papa Francisco, falecido no início da semana, durante velório realizado na Basílica de São Pedro, no Vaticano. O chefe de Estado brasileiro desembarcou em Roma acompanhado da primeira-dama Janja Lula da Silva e de uma comitiva formada por autoridades dos Três Poderes, para participar do funeral marcado para este sábado (26).

“Que sua sabedoria, coragem e compaixão sigam iluminando os corações de todos nós”, escreveu o presidente em publicação nas redes sociais.

Representação brasileira no Vaticano reúne líderes dos Três Poderes

A delegação oficial do Brasil conta com a ex-presidente Dilma Rousseff; o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso; o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União Brasil); e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos). Ministros de Estado e parlamentares também integram a comitiva. A presença do grupo reforça o simbolismo do momento e a relevância que o papa Francisco teve para o cenário internacional, incluindo sua relação com o Brasil.

“Eu e Janja estivemos há pouco em comitiva na Basílica de São Pedro, em Roma, na nossa primeira despedida ao papa Francisco, compartilhando a emoção e a devoção com todos que vieram prestar as merecidas homenagens ao Santo Padre”, publicou Lula em suas redes sociais.

Velório chega ao fim após mais de 128 mil visitas

O velório do pontífice, iniciado na terça-feira (23), chega ao fim nesta sexta-feira com a expectativa de mais de 128 mil visitantes. A cerimônia de encerramento, marcada para as 20h no horário local (15h em Brasília), contará com o fechamento do caixão na presença de cardeais e representantes da Santa Sé. O rito marcará o fim da visitação pública, encerrando um dos períodos de despedida mais comoventes da Igreja Católica nos últimos anos.

O funeral ocorrerá às 10h de sábado (5h em Brasília), com a tradicional missa de corpo presente, que será celebrada na Praça de São Pedro. A cerimônia marca também o início dos Novemdiales, período de nove dias de luto e orações em homenagem à alma do papa falecido.

Sepultamento será realizado fora do Vaticano

Atendendo a um desejo pessoal, o corpo do papa Francisco será sepultado na Basílica de Santa Maria Maior, em Roma — local que ele costumava visitar antes e depois de cada viagem. A escolha do local reflete a devoção mariana do pontífice, conhecida por marcar sua trajetória desde os tempos como arcebispo de Buenos Aires.

Causa da morte e histórico de saúde

O papa Francisco, cujo nome de batismo era Jorge Mario Bergoglio, morreu aos 88 anos de idade, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC), que evoluiu para coma e colapso cardiovascular irreversível. Ele apresentava um histórico clínico que incluía insuficiência respiratória aguda, pneumonia multimicrobiana bilateral, bronquiectasias múltiplas, hipertensão arterial e diabetes tipo 2. Seu estado de saúde já vinha gerando preocupação nos últimos meses, especialmente entre líderes da Igreja e fiéis.

Governo brasileiro decreta luto de sete dias

Em respeito à importância do líder religioso para o mundo e sua forte ligação com o Brasil, o presidente Lula decretou luto oficial de sete dias em todo o território nacional. Em sua mensagem oficial, o presidente exaltou o papel do papa na promoção da paz, no combate às desigualdades e na defesa dos mais vulneráveis.

Próximos passos: Vaticano se prepara para o conclave

Após o sepultamento e o período de Novemdiales, a Igreja Católica iniciará o processo de escolha do novo papa por meio do conclave, que reunirá cardeais de diversos países. A expectativa é de que o novo pontífice seja escolhido nas semanas seguintes, dando continuidade à liderança espiritual global iniciada por Francisco em 2013.