Lula prepara reforma ministerial em fases: primeiras mudanças antes do Carnaval

Palácio do Planalto será foco inicial das alterações, com ajustes em pastas-chave e redistribuição de cargos entre aliados


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Redação 08/02/2025 14:48 Política
Lula prepara reforma ministerial em fases: primeiras mudanças antes do Carnaval - Ricardo Stuckert/PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está planejando uma reforma ministerial que ocorrerá em etapas, conforme informado a ministros e assessores próximos. A primeira fase terá como foco principal o Palácio do Planalto e deverá ser concluída antes do Carnaval, no início de março. A estratégia de Lula é realizar ajustes gradativos, contemplando tanto pastas ocupadas por petistas quanto cargos de partidos aliados. As informações são do G1.

Primeira fase: mudanças no Palácio do Planalto

A primeira etapa da reforma ministerial já começou a ser desenhada com a substituição de Paulo Pimenta pelo marqueteiro baiano Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom). Ele foi responsável pelas últimas campanhas exitosas do PT que governa a Bahia há 18 anos. Outra mudança considerada certa é a troca do ministro Márcio Macêdo pela presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann, na Secretaria-geral do Planalto.

A Secretaria de Relações Institucionais, responsável pela articulação política entre o Executivo e o Congresso Nacional, é outro ponto sensível. Partidos do Centrão reivindicam a pasta, o que pode levar Lula a deslocar o atual ministro Alexandre Padilha para o Ministério da Saúde, no lugar de Nísia Trindade.

O presidente tem manifestado insatisfação com o ritmo de avanço nas políticas de saúde, especialmente na amplificação da oferta de especialidades médicas para reduzir as filas no Sistema Único de Saúde (SUS). Lula defende um modelo que utilize a rede privada para atender à demanda do setor público, mas a proposta não avançou como esperado. Além de Padilha, o ex-ministro Arthur Chioro também é cogitado para a Saúde.

Segunda fase: foco nos ministérios petistas

Na segunda etapa, Lula pretende revisar ministérios atualmente ocupados por integrantes do PT. Estão na mira o Ministério das Mulheres, o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

A expectativa é que o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias, possa ser cedido ao Centrão, caso a Secretaria de Relações Institucionais permaneça com um nome do PT. Nesse cenário, o deputado José Guimarães (PT-CE) é cotado para assumir a Secretaria de Relações Institucionais, o que abriria caminho para o ex-prefeito de Araraquara, Edinho Silva, assumir a presidência do PT. Outra possibilidade em discussão é a nomeação do senador Jaques Wagner (PT-BA), para a pasta, o que liberaria uma vaga na liderança do Senado, cargo que o ex-governador baiano ocupa hoje.

Terceira fase: redistribuição de pastas de partidos aliados

A última fase da reforma deve mexer em ministérios ocupados por partidos aliados. Entre as pastas na mira estão o Ministério da Pesca, atualmente comandado por André de Paula (PSD); o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, chefiado por Geraldo Alckmin (PSB); e o Ministério da Agricultura e Pecuária, liderado por Carlos Fávaro (PSD).

Nos últimos dias, o presidente pediu que seu líder Jaques Wagner (PT-BA) entrasse em campo para convencer o agora ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) integrar a Esplanada dos Ministérios. Além disso, a pasta da Agricultura é uma das mais cobiçadas pelo Centrão, com Arthur Lira (PP-AL) sendo cotado para o cargo. No entanto, Lula só deve efetuar essas mudanças se houver consenso entre os partidos envolvidos.

Cargos considerados intocáveis

Apesar das diversas alterações planejadas, alguns postos são considerados inalteráveis pelo presidente e seus aliados. Entre eles, está o do petista Rui Costa, atual ministro da Casa Civil, e o de Alexandre Silveira, à frente do Ministério de Minas e Energia. Ambos são aliados próximos de Lula e têm demonstrado alinhamento com as diretrizes do governo, apesar das críticas do ex-governador baiano até mesmo vinda de outros ministros.

Assessores próximos e o próprio Alexandre Padilha defendem que a reforma seja concluída antes do Carnaval, considerando esse o “timing ideal” para evitar desgastes políticos e garantir a estabilidade das articulações no Congresso. Com a estratégia de realizar a reforma ministerial em etapas, Lula busca equilibrar a influência do PT com as demandas dos partidos aliados, fortalecendo sua base política e garantindo governabilidade para os próximos anos.

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