O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (24) a assinatura de duas medidas provisórias que visam liberar um total de R$ 6,7 bilhões em crédito extraordinário para a recuperação de áreas do Brasil afetadas por eventos climáticos extremos. O valor será destinado a regiões severamente impactadas pelas enchentes, incêndios e estiagem, com ênfase especial no Rio Grande do Sul e nas áreas da Amazônia e Pantanal. As informações são da Agência Brasil.

Recursos para a reconstrução das áreas afetadas

As medidas provisórias definem a distribuição dos recursos, com R$ 6,5 bilhões destinados ao Rio Grande do Sul, onde enchentes devastadoras entre abril e maio deste ano causaram grandes danos. O montante será usado para a reconstrução de infraestrutura, como estradas, pontes e prédios públicos, além de financiar projetos focados em prevenir e adaptar a região às mudanças climáticas.

Já as regiões da Amazônia e Pantanal receberão R$ 233,2 milhões para enfrentar os incêndios e a estiagem. A verba será aplicada em aprimoramento de sistemas hidrológicos e no fortalecimento da logística de fiscalização ambiental, especialmente em áreas com altos índices de focos de calor.

Estiagem severa em 2024 e suas consequências

A situação crítica das mudanças climáticas no Brasil é também evidenciada por um estudo da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que alertou para a possibilidade de 2024 ser o ano da pior estiagem já registrada no país. Conforme apuração da CNN Brasil, o estudo apontou, com base em imagens de satélite, mais da metade do território nacional — cerca de 55% — está comprometido pela seca, que afeta áreas cruciais como o Centro-Oeste, Sudeste e Amazônia.

Impactos nos rios brasileiros

Os impactos da seca já são visíveis em 12 grandes rios brasileiros. O estudo aponta que três deles, os rios Paraguai, Paraná e Amazonas, estão em situação crítica. As consequências da estiagem são devastadoras, com uma área de 4,6 milhões de quilômetros quadrados sendo diretamente afetada, o que compromete a segurança hídrica e a produção agrícola de várias regiões.

Causas e efeitos da seca extrema

A escassez de chuvas, combinada ao calor extremo, é apontada como a principal causa dessa seca sem precedentes. Cientistas relatam que o aumento significativo das temperaturas tem contribuído para agravar a situação, tornando as secas mais frequentes e intensas. Esse fenômeno tem ocorrido de maneira mais constante desde o segundo semestre de 2023, com um pico preocupante no mês de setembro de 2024.

Mudanças climáticas e necessidade de ações urgentes

Pesquisadores alertam que, com o avanço das mudanças climáticas, tanto a escassez quanto o excesso de água se tornarão eventos cada vez mais comuns no Brasil. Esse cenário, de seca extrema e frequentes alterações climáticas, exige ações imediatas para proteger os recursos hídricos do país, como o fortalecimento de políticas públicas e a implementação de soluções para mitigar os efeitos da crise climática.