Lula firma parceria com Interpol para ampliar combate ao crime organizado e operações conjuntas

Assinatura do documento ocorreu na presença do secretário-geral da Interpol, o brasileiro Valdecy Urquiza


Redação
Redação 09/06/2025 22:00 • Política
Lula firma parceria com Interpol para ampliar combate ao crime organizado e operações conjuntas - Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encerrou sua viagem à França com uma visita à sede da Interpol, em Lyon, nesta segunda-feira (9), onde formalizou a assinatura de uma declaração de intenções entre o Brasil e a organização policial internacional. A iniciativa visa ampliar a colaboração entre os países-membros e promover operações conjuntas no enfrentamento ao crime transnacional. As informações são da Agência Brasil.

A assinatura do documento ocorreu na presença do secretário-geral da Interpol, o brasileiro Valdecy Urquiza. Lula destacou a importância do fortalecimento da segurança internacional e a atuação coordenada entre nações para combater crimes que ultrapassam fronteiras.

Declaração reforça cooperação internacional e modernização tecnológica

Segundo o presidente, a declaração assinada com a Interpol impulsionará a cooperação internacional, contribuindo para a desarticulação de organizações criminosas transnacionais e suas redes de apoio. Além disso, a parceria deve apoiar a modernização tecnológica das instituições de segurança pública no Brasil e em outros países da América Latina.

Lula destacou que esta é a primeira vez que um presidente brasileiro visita a sede da Interpol, e destacou orgulho ser recebido por outro brasileiro que chegou ao cargo mais alto da organização. O presidente também enfatizou que o órgão atua na busca de alguns dos criminosos mais perigosos do planeta.

Combate o terrorismo, resgata vítimas de tráfico e de exploração sexual e protege o meio ambiente. Uma das consequências perversas da globalização é a articulação de grupos criminosos para além das fronteiras nacionais. A criminalidade está evoluindo a uma velocidade sem precedentes, exigindo ações multilaterais, urgentes e coordenadas”, declarou Lula.

O presidente também afirmou que as medidas adotadas recentemente pelo governo brasileiro contribuem para a construção de um ambiente internacional mais seguro, como a ampliação da rede de adidos da Polícia Federal e a criação do Centro de Cooperação Internacional da Amazônia.

Lula ressaltou que o Brasil conta atualmente com 34 postos da Polícia Federal distribuídos pelos cinco continentes e presença em todos os países da América do Sul. Destacou ainda a criação de uma plataforma permanente de cooperação na tríplice fronteira com Argentina e Paraguai.

Na tríplice fronteira com a Argentina e o Paraguai, estabelecemos plataforma permanente de cooperação para combater crimes financeiros e o tráfico de drogas, de armas e de pessoas. Fortalecer a segurança pública também significa proteger a natureza”, afirmou.

Ao abordar o combate à lavagem de dinheiro, Lula defendeu o enfrentamento das fontes de financiamento do crime como etapa fundamental para desarticulá-lo. “Para combater o crime de forma efetiva é preciso asfixiar seus mecanismos de financiamento, em especial a lavagem de dinheiro. Nenhum país isoladamente conseguirá debelar a criminalidade transnacional”, acrescentou.

Valdecy Urquiza ressalta urgência de resposta global

O secretário-geral da Interpol, Valdecy Urquiza, também destacou os desafios impostos pelas organizações criminosas internacionais. Segundo ele, crimes como tráfico humano, prostituição infantil e crimes ambientais impactam profundamente as sociedades.

Esses crimes impactam profundamente nossas comunidades, nossas economias, nossas instituições. E nenhum país está imune, nenhum setor está a salvo. Mais do que nunca, torna-se inegociável a necessidade de uma resposta global, coordenada e eficaz”, declarou Urquiza, que elogiou a postura do presidente Lula em defesa do multilateralismo, alinhando-se à filosofia de atuação da Interpol.

O secretário também ressaltou a importância da plataforma internacional da Interpol, que permite o compartilhamento seguro de dados e a realização de operações conjuntas. No último ano, os bancos de dados da instituição foram acessados mais de 8 bilhões de vezes por agências de segurança ao redor do mundo.

Combate à exploração sexual infantil é prioridade da Interpol

Na área de enfrentamento à exploração sexual infantil, Urquiza informou que mais de 48 mil vítimas foram resgatadas pela Interpol nos últimos anos. Além disso, a organização conseguiu identificar mais de 18 mil criminosos envolvidos nesses crimes.

Ele afirmou que a declaração de intenções firmada com o Brasil permitirá identificar áreas estratégicas de colaboração e viabilizar novas ações conjuntas. A cooperação deve incluir, ainda, intercâmbio de informações e apoio técnico-operacional entre os dois países.

Durante a cerimônia, Lula recebeu uma medalha da Interpol em reconhecimento por seu empenho no combate ao crime transnacional. Em retribuição, condecorou Urquiza com a Ordem de Rio Branco no grau de Grande Oficial, honraria concedida a cidadãos com serviços relevantes prestados ao Brasil.

A visita de Lula à sede da Interpol foi o último compromisso da viagem oficial à França, iniciada na quarta-feira (5), quando o presidente brasileiro foi recebido por Emmanuel Macron. Ao longo da agenda, foram firmados cerca de 20 acordos bilaterais nas áreas de segurança, saúde, educação e ciência e tecnologia.

Lula também participou de eventos culturais no âmbito do ano do Brasil na França, foi homenageado pela Academia Francesa e pela Universidade Paris 8, além de encontros com empresários e líderes políticos. O presidente recebeu ainda o certificado que reconhece o Brasil como país livre da febre aftosa sem vacinação.

A comitiva brasileira retorna a Brasília ainda nesta segunda-feira, com chegada prevista para as 20h30. A visita à França buscou reforçar as relações bilaterais e ampliar a atuação do Brasil em pautas globais, incluindo segurança internacional e meio ambiente.

A passagem de Lula pela sede da Interpol ocorreu poucos dias após a inclusão da deputada Carla Zambelli (PL-SP) na lista de foragidos da organização. Condenada a dez anos de prisão e à perda do mandato, Zambelli está atualmente na Itália.

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