Lula e PT planejam aliança com partidos de centro-direita para evitar bolsonarismo em 2026

O Governo Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT) já iniciaram o planejamento para as eleições de 2026, diante do desempenho pouco satisfatório da esquerda nas urnas em 2024. A estratégia, chamada de “redução de danos”, consiste em aliar Lula e o PT a partidos de centro-direita, em função da renovação de dois terços no pleito para o Senado nas próximas eleições.

O grande motivador da aliança é a preocupação com o domínio de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Casa, mesmo que Lula seja reeleito na próxima disputa eleitoral. Segundo informações do jornal O Globo, parlamentares e caciques do PT pretende se aproximar de nomes ligados ao centro e à direita, com a ressalva de não ter afinidade com a vertente bolsonarista.

Em 2026, dos nove senadores petistas, seis vão encerrar os seus mandatos. Do outro lado, oito dos 14 parlamentes precisarão encarar o pleito. O problema é que, em 2024, o cenário se mostrou favorável para os partidos de direita, o que exige uma renovação do quadro de integrantes do PT, a partir da criação da estratégia de “redução de danos”.

Para isso, o Governo Lula e o PT podem apoiar nomes como Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul; Alexandre Silveira (PSD), governador de Minas Gerais; e Eduardo Braga (MDB), governador do Amazonas.

Em São Paulo, dirigentes petistas não possuem nenhum nome para concorrer a uma vaga no Senado. Isso indica que a legenda pode apostar em um partido alinhado com o perfil do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que vem sendo apontado com uma alternativa caso não seja escolhido para a chapa de Lula para a reeleição. No momento, o único que tem consideração viável é o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, mas ele só entraria na disputa caso houvesse um apelo do presidente da República.

Mais uma preocupação do PT é a região Norte, já que o bolsonarismo ganhou força nas eleições municipais de 2024. A sigla de Lula não elegeu nenhum prefeito no Acre, em Rondônia e em Roraima. Nesse sentido, como uma proposta para amenizar o resultado insatisfatório, o presidente teria pedido ao senador Omar Aziz (PSD-AM) que seja candidato ao governo do Amazonas em 2026 e que ele consiga fortes nomes para compor o Senado Federal.