O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste domingo (22), que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável representam “o maior empreendimento diplomático dos últimos anos” e estão a caminho de se tornarem “nosso maior fracasso coletivo”.

A declaração de Lula aconteceu durante a Cúpula do Futuro da Organização das Nações Unidas em Nova York. Na ocasião, ele destacou que, se o ritmo atual de implementação continuar, apenas 17% das metas da Agenda 2030 serão cumpridas a tempo.

Lula recordou também que, na COP28 do Clima, foi realizado um balanço global sobre as metas do Acordo de Paris, enfatizando que os atuais níveis de redução de emissões de gases de efeito estufa e de financiamento climático são insuficientes para garantir a segurança do planeta.

A partir desse cenário, o presidente propôs a construção de um balanço ético global como preparação para a COP30. “Em parceria com o secretário-geral da ONU, António Guterres, vamos trabalhar por um balanço ético global, reunindo diversos setores da sociedade civil para pensar a ação climática sob os princípios da justiça, equidade e solidariedade.”

Ele apresentou o “Pacto para o Futuro”, que deve abordar, de forma inédita, questões como a dívida dos países e a tributação internacional. “A criação de uma instância de diálogo entre chefes de Estado e líderes de instituições financeiras internacionais promete recolocar a ONU no centro do debate econômico mundial”, afirmou.

Lula também mencionou o Pacto Global Digital, que visa promover uma governança digital inclusiva, buscando reduzir as desigualdades em uma economia baseada em dados e mitigar os impactos de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial.

Ameaças nucleares

Ainda durante a cúpula, Lula alertou que o mundo não pode voltar a conviver com ameaças nucleares nem recuar na promoção da igualdade de gênero e na luta contra o racismo.

“Temos duas responsabilidades perante os que nos sucederão: nunca retroceder. Não podemos recuar na promoção da igualdade de gênero e em todas as formas de discriminação. Tampouco podemos voltar a viver com a ameaça nuclear”, declarou. Ele destacou que “naturalizar a fome de 733 milhões seria vergonhoso” e que voltar atrás colocaria em xeque tudo que foi arduamente construído.

Por fim, o presidente destacou a Aliança Global contra a Fome, uma iniciativa do Brasil na presidência do G20. “Na presidência do G20, o Brasil lançará uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza para acelerar a superação desses flagelos”, concluiu.

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