O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), durante discurso realizado nesta sexta-feira (7) em um assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Campo do Meio (MG). Sem citar diretamente o nome de Bolsonaro, Lula mencionou o pedido de anistia feito pelo ex-presidente antes mesmo de ser julgado.

“A fábrica da mentira nesse país, que foi divulgada por um presidente da República que esse país teve que eu não quero citar o nome. Ele se diz inocente, mas está pedindo anistia antes de ser julgado. Ele deveria ter coragem de esperar o julgamento, provar sua inocência, antes de ficar pedindo anistia”, afirmou Lula.

O presidente também declarou que Bolsonaro teria planejado um golpe de Estado e a morte de autoridades do governo e do Judiciário. “Ele, na verdade, está com medo. Porque ele sabe que cometeu um deslize nesse país. Eu nem trato das minhas questões pessoais. Mas ele foi covarde. Tramou um golpe“, disse.

“Tramou a morte de um presidente da República. Tramou a morte do vice. Tramou a morte do presidente da Justiça Eleitoral. E, quando ele não conseguiu, meteu o rabo no meio das pernas e fugiu para Miami. Deixou os parceiros dele aqui. Por isso que ele tem que ser julgado”, complementou.

Ao citar sua própria experiência com a Justiça, Lula sugeriu que Bolsonaro enfrente as acusações. “É por isso que ele tem que ser julgado, ele que tenha a coragem que eu tive, se é inocente, brigue pela sua inocência”, declarou o presidente, relembrando o período em que esteve preso e posteriormente teve sua elegibilidade restabelecida.

Confira a declaração do petista:

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Defesa de Bolsonaro no STF

Na quinta-feira (6), a defesa de Jair Bolsonaro apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua defesa prévia em relação às acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre sua suposta participação em um plano golpista.

Os advogados do ex-presidente solicitaram que o julgamento do caso ocorra no plenário do STF, em vez de ser conduzido pela Primeira Turma da Corte. A defesa argumentou que Bolsonaro não assinou nenhum decreto nem ordenou qualquer ato violento para impedir o funcionamento de um poder ou destituir o governo que o sucedeu.

Bolsonaro também declarou, por meio de seus advogados, que não praticou nem determinou a prática de qualquer violência e que nunca tentou interferir no funcionamento dos demais Poderes.

A defesa ainda pediu ao STF a anulação da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, alegando que o acordo foi firmado sob pressão e apresenta contradições.

Os advogados sustentam que a delatação de Cid está “viciada” por “uma colaboração marcada pelas mentiras, omissões e contradições”. O tenente-coronel, por sua vez, nega as alegações feitas por Bolsonaro e sua equipe jurídica.

Ex-ministro de Bolsonaro pede absolvição

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e general do Exército, Augusto Heleno, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) sua absolvição sumária. O pedido foi encaminhado nesta quinta-feira (6) pela defesa do militar, em resposta à denúncia sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A Procuradoria-Geral da República (PGR) incluiu Heleno na ação que investiga um suposto plano para impedir o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como já mostrado pelo Portal M!, Bolsonaro e outros 32 acusados são alvos da denúncia.

Os advogados do general argumentam que não há “elementos mínimos” que indiquem sua participação direta ou indireta nos fatos mencionados na acusação.

Em sua manifestação, a defesa alega a ausência de provas contra Heleno. “Não há uma testemunha que aponte seu envolvimento, não há uma conversa de WhatsApp sua para qualquer pessoa tratando da empreitada criminosa aqui denunciada“, afirma o documento.

Os advogados sustentam que a denúncia é “inepta” e solicitam a absolvição sumária caso a acusação seja aceita pelo Supremo. O prazo para entrega das defesas da maioria dos denunciados termina nesta quinta-feira (6), exceto para o general Braga Netto e o almirante Almir Garnier, que têm até sexta-feira (7) para se manifestarem.