Lula abre Cúpula do G20 no Rio e critica gastos militares em meio à fome global
Em seu discurso, presidente disse que ‘fenômenos climáticos mostram efeitos devastadores em todos cantos do planeta’
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez a abertura oficial, por volta das 11 horas desta segunda-feira (18), do 1º dia da Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro. Em seu discurso, fez críticas ao financiamento da guerra em detrimento do combate à fome e chamou atenção que “os fenômenos climáticos mostram os efeitos devastadores em todos os cantos do planeta”.
O encontro do grupo reúne as 19 principais economias do mundo, com a União Europeia e a União Africana, onde debaterão inúmeros temas e produzirão um documento chamado de ‘Declaração Final’.
“É muito importante o que vamos decidir aqui, e eu tenho certeza de que se assumirmos a responsabilidade no combate à pobreza, podemos ter sucesso em pouco tempo. Constato com tristeza que o mundo está pior: Temos o maior número de conflitos armados desde a 2ª Guerra Mundial e a maior quantidade de deslocamentos forçados já registrada”, disse o presidente.
Lula continuou suas críticas citando que hoje, no mundo, há cerca de 733 milhões de pessoas ainda subnutridas, e afirmou que esse índice é um absurdo, diante da produção de 6 bilhões de toneladas de alimentos que é feita por ano. Segundo o petista, países desenvolvidos gastam US$ 2,4 trilhões em assuntos militares, enquanto há pessoas passando fome. Ainda em seu discurso, o petista citou que membros do G20 representam 85% dos US$ 110 trilhões do PIB mundial e é dever do grupo buscar o fim da fome no mundo.
“A fome e a pobreza não são resultado da escassez ou de fenômenos naturais. A fome, como dizia o cientista e geógrafo brasileiro Josué de Castro, “a fome é a expressão biológica dos males sociais”. É produto de decisões políticas, que perpetuam a exclusão de grande parte da humanidade. Compete aos que estão aqui em volta desta mesa a inadiável tarefa de acabar com essa chaga que envergonha a humanidade”, criticou o petista.
O presidente brasileiro lembrou ainda que em 2014, o Brasil saiu do Mapa da Fome Mundial, mas que devido ao contexto pandêmico e social de 2020 e 2021, retornou em 2022. No entanto, Lula prometeu tirar o país do Mapa até 2026, e com o apoio da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, poderão fazer muito mais por todos os países que fazem parte da lista.
Chegada das lideranças a Cúpula
As lideranças mundiais convidadas para o encontro do G20 se reuniram no Museu de Arte Moderna (MAM), na região central do Rio, onde o presidente Lula, acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, recepcionaram nomes como o presidente Joe Biden (EUA), Xi Jinping (China), Javier Mieli (Argentina), Emmanuel Macron (França), Recep Tayyip Erdogan (Turquia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul).
Também marcaram presença os primeiros-ministros Olaf Scholz (Alemanha), Giorgia Meloni (Itália), Shigeru Ishiba (Japão), Justin Trudeau (Canadá), Keir Starmer (Reino Unido) e Narendra Modi (Índia). Os presidentes Luis Arce (Bolívia), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia) e Santiago Peña (Paraguai) são alguns dos países convidados para o encontro deste ano.
Entre as faltas está a do presidente russo, Vladimir Putin, que em seu lugar mandou o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov. Putin está sob ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), motivada por acusações de crime de guerra na Ucrânia. O Brasil é um dos fundadores do TPI, enquanto a Rússia é uma das fundadoras do G20, por isso foi oficialmente convidada para o encontro.
A chegada das lideranças deveria acontecer a partir das 9 horas, enquanto o início das reuniões estava marcado para as 10h, mas o protocolo de recepção acabou durando quase 2 horas, o que atrasou o começo do trabalho do grupo. Devido a questões de segurança das comitivas, houve interdições em vias importantes do Rio de Janeiro, como as pistas expressas do Aterro do Flamengo, que ligam a zona sul ao MAM.
O aeroporto Santos Dumont, a 500 metros do MAM, interrompeu as operações de pouso e decolagem. Além disso, cinco estações de metrô, no Centro e na zona Sul, estão fechadas das 8h às 19 horas. Para reduzir o movimento, a Prefeitura decretou feriado nos dois dias da Cúpula do G20.
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