O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, anunciou nesta quarta-feira (29), que a Polícia Federal (PF) aumentou em 70% o número de apreensões de bens e dinheiro provenientes do crime organizado em 2024. O valor total das apreensões chegou a R$ 5,6 bilhões, superando os R$ 3,3 bilhões registrados no ano anterior. As informações são da Agência Brasil.

Impacto nas operações contra o crime organizado

De acordo com Lewandowski, o aumento nas apreensões demonstra que a PF está descapitalizando o crime organizado no país. “Esses dados não apenas demonstram o êxito das operações, mas também o impacto direto na redução da capacidade de ação de facções criminosas em nosso país”, afirmou.

O ministro também destacou a conclusão do inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018. “A elucidação desses crimes, que por anos permearam a sociedade brasileira com a sensação de impunidade, foi mais uma vitória do trabalho diligente da Polícia Federal”, completou.

Apreensões de drogas e crimes ambientais

O balanço da PF também apontou um aumento nas apreensões de drogas. Em 2024, foram apreendidas 74,5 toneladas de cocaína, um aumento de 2,8% em relação a 2023. As apreensões de maconha cresceram 15%, enquanto as de ecstasy subiram 20,7%.

No âmbito dos crimes ambientais, houve uma redução de 30% no desmatamento. A área desmatada no Brasil caiu de 16,5 mil quilômetros quadrados (km²) em 2023 para 11,5 mil km² no ano passado.

Queda no registro de armas de fogo

A PF também registrou uma queda de 11,6% nas emissões de registros de armas de fogo, passando de 28.402 em 2023 para 25.097 em 2024. As emissões de porte de arma caíram 30%, de 2.469 para 1.727 no mesmo período.

Segundo o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, a redução ocorreu devido à política do governo federal de restringir a concessão de registros, que foram facilitados durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Nós tivemos uma redução no registro de arma de fogo e uma redução na concessão de portes de arma de fogo, seguindo a política pública determinada pelo governo brasileiro, que nós somos os cumpridores”, explicou.

Cooperação internacional no combate ao crime

Durante a apresentação dos dados, Rodrigues enfatizou a importância da cooperação internacional no combate ao crime organizado no Brasil, que envolve crimes ambientais, tráfico de drogas e outras atividades ilícitas. Ele destacou a eleição do delegado Valdecy Urquiza para comandar a secretaria-geral da Interpol em 2023.

“Nós temos que trabalhar fora de nossas fronteiras, com a cooperação internacional, com integração, troca de dados, informações, experiências e capacitação”, comentou.