Na manhã deste sábado (28), a primeira-dama de João Pessoa, Lauremília Lucena, esposa do prefeito e candidato à reeleição Cícero Lucena (PP), foi presa como parte da terceira fase da Operação Território Livre. A prisão ocorreu por volta das 7h e foi realizada pela Polícia Federal (PF), com o apoio do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO). Além de Lauremília, sua secretária pessoal, Tereza Cristina Barbosa Albuquerque, também foi detida.
A operação investiga o aliciamento violento de eleitores e a atuação de organizações criminosas nas eleições municipais. Nesta fase da ação, a PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão, além de realizar duas prisões preventivas, conforme determinação da Justiça Eleitoral. A campanha de Cícero Lucena, em nota divulgada nas redes sociais, classificou a ação como um “ataque covarde e brutal”, atribuindo-a a adversários políticos. O comunicado também menciona que a operação já era prevista e foi denunciada anteriormente pela deputada federal Eliza Virgínia na Câmara dos Deputados.
“Houve o uso de força desproporcional, já que ela sequer foi convocada para prestar depoimento. Claramente, os adversários de Cícero estão utilizando todos os meios para conquistar o poder a qualquer custo, sem respeito à sua família ou à cidade de João Pessoa”, diz a nota oficial da campanha.
A Polícia Federal da Paraíba confirmou ao Estadão que Lauremília Lucena e sua assessora foram levadas ao fórum criminal, onde deverão passar por audiência ainda hoje. Com a proximidade das eleições municipais, as autoridades devem intensificar as operações de combate a crimes e irregularidades eleitorais na região.
No início deste mês, a Operação Território Livre já havia cumprido três mandados de busca e apreensão, durante os quais foram encontrados R$ 35 mil em espécie, além de documentos, celulares e contracheques de funcionários da prefeitura de João Pessoa.
Em maio deste ano, a Operação Mandare, também conduzida pela Polícia Federal, investigou a possível influência do crime organizado em áreas estratégicas da administração municipal, como as secretarias de Direitos Humanos e Cidadania e a de Saúde, que, à época, era liderada por Janine Lucena, filha do prefeito Cícero Lucena.
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