O governador Jerônimo Rodrigues (PT) fez um aceno, nesta terça-feira (20), ao prefeito de Feira de Santana, José Ronaldo (União Brasil), após agenda para autorização da duplicação do contorno do município, na última segunda-feira (19). Questionado sobre a possibilidade de José Ronaldo aderir à base governista, Jerônimo afirmou que o prefeito tem ampla experiência e que um diálogo respeitoso está sendo construído, deixando a porta aberta para uma aproximação em 2026.

“O desejo, todo mundo sabe, o Zé Ronaldo com cinco mandatos como prefeito tem experiência, ele mesmo disse que caminhou do lado oposto da gente. Nós estamos construindo uma relação de confiança. Se em 2026 ele vier para dar o apoio e acompanhar a gente, é claro que a gente vai acolher”.

O governador destacou ainda o reconhecimento do prefeito José Ronaldo ao trabalho conjunto do governo federal, estadual e municipal para enfrentar os desafios locais. “As palavras iniciais foi de gratidão, de agradecimento e diz ele, no discurso dele, que foi um dos dias mais felizes enquanto gestor, porque aquilo realmente atrapalha muito a economia e a vida dos feirenses”.

O governador também reforçou o compromisso com um tratamento respeitoso e inclusivo nas relações políticas. “De forma diferente como ele foi tratado, desrespeitoso, nós não faremos isso. Nós somos de um grupo que dá atenção, conversa e em momento algum a gente viu os nossos, que caminharam conosco, serem empurrados de carroceria de forma irresponsável. Nós não tratamos a política assim”.

Garantia de manutenção nas rodovias e diálogo com o governo federal

Na ocasião, Jerônimo ressaltou o esforço para garantir a manutenção dos serviços essenciais da rodovia BR-324 e BR-116, como guincho, ambulância e monitoramento durante o processo de transição após o fim da concessão. Segundo ele, houve diálogo direto com o presidente Lula (PT), com os ministros Renan Filho, dos Transportes; Rui Costa, da Casa Civil, para assegurar que não haja interrupções no atendimento.

“Quero agradecer aqui a participação dos deputados que reivindicaram, reclamaram. Mas nós construímos um diálogo com o presidente Lula no sentido de viabilizar. Fui ao TCU para garantir que quando a ViaBahia saísse não houvesse prejuízo dos serviços de guincho, de ambulância, de monitoramento, de retirada de animais da pista, nós conseguimos isso”, disse.

Jerônimo detalhou ainda as medidas para a qualidade da rodovia e cobrou agilidade do governo federal para garantir uma pista em melhores condições para o São João, além de manter os trabalhadores responsáveis pelo monitoramento da via.

“Agora está na transição, estamos sem pagar o pedágio, mas a preocupação é saber a qualidade do serviço, de sete lotes de Salvador até Feira e de Feira até a divisa com Minas Gerais, que é a 116″, apontou.

De acordo com o gestor, além de estar “de olho” neste processo, há atenção ainda para o processo de seleção e licitação da nova empresa que vai gerir os trechos. “Solicitando sempre ao ministro que zele para que a gente possa ficar de olho e que a gente não possa pagar de novo uma conta mais 30 anos. Não dá para a gente fazer isso”, ressaltou.

Infraestrutura e impacto no trânsito de Feira

O governador também citou a visita ao Centro de Controle Operacional (CCO) do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no município de Amélia Rodrigues, ao lado do ministro Renan Filho. Sobre o tema, Jerônimo destacou a importância da infraestrutura para a região, mencionando o impacto no trânsito da cidade.

“Ontem eu visitei, não conhecia a Central de monitoramento. É realmente um painel muito adequado, não chega a ser do tamanho do nosso, do COI, mas é um painel que a gente consegue, com mais de 100 câmeras, acompanhar trechos estratégicos, desde Salvador, ida e vinda de Feira de Santana e depois a pista para Conquista”, disse.

Jerônimo também mencionou o sofrimento dos moradores devido ao trânsito em Feira de Santana e ao anel viário, área em que a prefeitura tem investido para minimizar o problema. “Foi aí que o prefeito Zé Ronaldo vibrou, não só ele, eu tenho casa em Feira, e é muito sofrimento para quem está dentro do anel para sair, ou para quem está fora do anel para entrar em Feira, e para quem passa. Realmente, é muito tumulto, muita agonia“, finalizou.