‘A indefinição na Comunicação mostra a dificuldade de rumo do governo Jerônimo’, diz Osvaldo Lyra

O editor-chefe do Portal M!, Osvaldo Lyra, alertou nesta segunda-feira (6), durante entrevista ao Jornal da Cidade, da Rádio Metrópole, para a necessidade do governador Jerônimo Rodrigues (PT) tomar “decisões claras” na comunicação do governo estadual.

“O governador também vai ter que fazer um esforço grande aí, para se reinventar nos próximos dois anos, e esses dois anos são decisivos para o futuro político dele”, afirmou o jornalista.

Falta de definição na Secretaria de Comunicação afeta governo Jerônimo

Osvaldo destacou que a ausência de um nome definido para a Secretaria de Comunicação tem impactado diretamente a gestão estadual. A pasta, que foi comandada durante 10 anos por André Curvello, atualmente conta com a gestão interina de Luciano Suedde, que era chefe de gabinete da Secom.

“Eu acho que é a maior marca do governo Jerônimo até agora. O governador tem que mostrar que ele é o governador, que ele foi eleito pela população. Já tem dois anos de governo e ele precisa, efetivamente, tomar decisões muitas vezes que não vão agradar todos no grupo, e a falta de uma confirmação do nome que vai tocar a comunicação do governo, se é Suedde, se será outro nome que vai ditar ou dar as cartas de como o governo vai se comunicar com a população”, avaliou.

Ao falar sobre a temática, Lyra também destacou como a comunicação influencia diretamente as ações do governo: “Muda muito a forma como vai ser conduzido o próprio governo, como as ações serão envelopadas e colocadas para fora, como esse diálogo vai acontecer através das mídias tradicionais, das redes sociais, bem ter uma política de comunicação clara”.

Comunicação como ferramenta estratégica para o governo

Ao abordar o impacto da comunicação na gestão pública, Lyra comparou com a situação do governo federal. “O grande problema: a falta de uma política clara, de comunicação com quem está na ponta, com os veículos para a construção de uma pauta positiva, acaba afastando. Então, grande parte do desgaste que o presidente Lula está tendo é pela dificuldade, porque há falta de comunicação”.

Ele ainda ressaltou que, em função deste cenário, as informações positivas do governo nem sempre chegam à população. “Você não vê chegando na ponta. São muitas ações, e isso não chega em que constrói notícias, em quem está na ponta, em quem gera notícias na ponta”.

Jerônimo sondou nomes para a Secom

Na ocasião, o jornalista também lembrou que a gestão de Curvello foi “muito bem” avaliada nos governos baianos do PT, e ressaltou que ele era o “principal secretário”, inclusive sendo tratado como “grande trunfo” dos governos petistas.

“A saída de André obriga o governador Jerônimo Rodrigues a tomar uma postura realmente. A informação que eu tenho é que ele ligou para pessoas da comunicação, quando André saiu, para justamente sondar, pedir indicações, nomes. Então, era importante o governador se posicionar e falar: ‘A comunicação será dessa forma, a escolha vai ser essa’, e a partir daí, construir para mostrar à população”, avaliou.

Segundo ele, essa indefinição tem consequências claras: “Não só na comunicação, como em várias áreas do governo, e a comunicação é muito sensível. É uma área que está na ponta, dialogando com as pessoas, que gera conteúdo, que dialoga com a população do interior da Bahia, daqui de Salvador. Então ela é estratégica e ela é muito delicada se ela não for, não tiver uma clareza de como vai ser essa condução.”

Importância de uma decisão clara

Por fim, Lyra enfatizou a necessidade urgente de o governador tomar uma decisão definitiva sobre a Secretaria de Comunicação: “O governador chegada a hora de se posicionar e tornar público quem será o novo secretário de comunicação da Bahia ou efetivar Suedde”, pontuou.

Ele concluiu com um apelo direto: “É Suedde que vai comandar? Dá a Carta Branca para Suedde, para ele construir a política de comunicação do governo, ampliar o diálogo com a população e com os veículos de imprensa de um modo geral, e não dá para ficar na conta de que: ‘Ah, depende de Rui ou depende de Wagner’. O governador é Jerônimo, ele está no segundo ou terceiro ano do governo e ele vai ter que arbitrar agora”.