Jerônimo não confirma Rosemberg como líder do governo e critica judicialização na AL-BA
Segundo governador, primeiro projeto de Lei a ser encaminhado para nova legislatura será sobre alfabetização

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), evitou confirmar, na manhã desta quarta-feira (5), a permanência do deputado Rosemberg Pinto (PT) como líder do governo na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). O petista também criticou a possível judicialização da reeleição do presidente da Casa, Adolfo Menezes (PSD), já que o PSOL entrou com uma liminar na Justiça baiana contra o terceiro mandato do pessedista no comando da Casa.
As declarações foram dadas ao Portal M! antes da sessão solene no plenário da Casa, onde o governador faz a tradicional leitura ao Parlamento com o balanço da sua gestão dos últimos 2 anos e as diretrizes até 2026.
Definição da liderança do governo
Apesar de Rosemberg Pinto ser o mais cotado para continuar na liderança, Jerônimo reforçou que a definição será feita após consultas com seu partido e outras legendas aliadas.
“Eu falei a vocês que estava aguardando a complementação da mesa-diretora e assim aconteceu. Acompanhei o processo, mas não sabia como estava sendo articulado, pois não cabe ao governador interferir nisso. No entanto, queria entender como foi a composição e se a proporcionalidade da mesa estava respeitada. (…) Vamos sentar, no máximo até o fim de semana, para definir a liderança do governo”, explicou Jerônimo, em entrevista ao Portal M!.
A indefinição sobre a continuidade de Rosemberg como líder do governo alimenta especulações nos bastidores da política baiana. Alguns aliados vêem a possibilidade de uma mudança como uma tentativa de oxigenar a relação entre o Executivo e o Legislativo, enquanto outros defendem a permanência do deputado, apontando sua experiência e habilidade na articulação política dentro da Casa.
Mudança na liderança da oposição e nova mesa-diretora
No campo da oposição, Tiago Correia (PSDB) foi oficializado na terça-feira (4) como novo líder da bancada, substituindo Alan Sanches (União Brasil), que deve disputar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2026. A indicação do tucano foi assinada por 17 parlamentares e publicada no Diário Oficial do Legislativo.
A nova mesa-diretora da AL-BA foi definida na segunda-feira (3), com a reeleição de Adolfo Menezes (PSD) como presidente e Ivana Bastos (PSD) como primeira vice-presidente. O biênio 2025-2026 contará ainda com Marquinho Viana (PV) na segunda vice-presidência e Hassan (PP) na terceira.
A eleição da mesa-diretora transcorreu sem grandes surpresas, consolidando a hegemonia do grupo governista dentro da Assembleia. O cenário reforça a influência do PSD, que mantém o comando da Casa após perder a presidência da UPB (União dos Municípios da Bahia), e o recuo do PT em fazer parte da mesa contribuiu pela estabilidade da base aliada de Jerônimo Rodrigues.
Críticas à judicialização da reeleição de Menezes
Outro ponto abordado por Jerônimo ao Portal M! foi a ação do PSOL contra a terceira reeleição de Adolfo Menezes. O deputado Hilton Coelho (PSOL) contestou a legalidade do novo mandato e anunciou que o partido ingressou na Justiça baiana contra a decisão.
O governador rechaçou a iniciativa. “Eu sempre prezo pela democracia. Acho importante o debate. Acompanhei a sessão e vi que haviam duas chapas e candidatos. Se um candidato colocou o nome para disputa, ele referendou o processo. Ainda não vi quais são os argumentos da ação judicial. Mas, se participou do pleito, não há razão para contestar depois”, declarou ao Portal M!.
A ação movida pelo PSOL se baseia no argumento de que a Constituição do país, assim como no entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), não permite mais de uma reeleição consecutiva para a presidência em Assembleias Legislativas. Hilton Coelho defende que a continuidade de Menezes representa um risco à alternância de poder e à renovação política dentro da Assembleia e, aguarda, a direção nacional do PSOL para também ingressar uma ação no próprio STF. No entanto, a base governista sustenta que não há irregularidades no processo e que a eleição seguiu todas as normas regimentais da Casa.
Prioridades para Legislativo e relação entre poderes
Jerônimo enfatizou que sua prioridade é garantir a estabilidade institucional da Assembleia Legislativa e fortalecer o diálogo entre os poderes. “Espero que a Câmara continue forte e que a Assembleia mantenha sua independência. O que eu puder fazer como governador para fortalecer o papel do Legislativo, eu farei”, garantiu.
A relação entre o Executivo e o Legislativo tem sido, até o momento, marcada por um alinhamento estratégico, mas o governo de Jerônimo sabe que precisará lidar com desafios políticos ao longo do biênio. Entre os temas que devem pautar a atuação da AL-BA nos próximos meses estão questões fiscais, políticas públicas e debates sobre infraestrutura e segurança pública.
Segundo o governador, entre os prenúncios para 2025, o primeiro projeto de Lei a ser enviado para a AL-BA será “de alfabetização”. Jerônimo admitiu, que há “ainda uma dificuldade muito grande”, com “indicadores muito baixos de alfabetização das crianças na idade certa”.
“Temos um desafio, apelo para que os prefeitos possam, de mãos dadas com o Governo Federal, com o Governo do Estado, diversas vezes a gente vê deputados colocando suas emendas, tanto para equipamentos quanto para a construção de escolas ou de creches ou de entrega de ônibus. Tudo isso é um movimento muito forte e eu deverei estar enviando de imediato o primeiro projeto e espero que essa ‘Câmara de Deputados Estaduais’ possa fazer um grande debate em torno desse esforço nosso para a alfabetização”, pontuou.
“A gente às vezes reivindica a qualidade no Ideb, do ensino fundamental, do ensino médio. Mas se a gente não tiver uma boa base, terá muita dificuldade. Vimos agora um exemplo muito grande, e falarei isso no meu discurso, sobre a evolução da quantidade de jovens que se inscreveram para fazer a prova do Enem. Depois a Bahia se destacou em terceiro lugar no Brasil em quantidade de estudantes aprovados no Sisu”, completou o petista.
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