O governador Jerônimo Rodrigues (PT) disse, na manhã desta terça-feira (4), durante solenidade no Centro de Operações e Inteligência (COI), em Salvador, que o enfrentamento à violência na Bahia deve ser uma missão compartilhada entre Estado, União e municípios. Segundo ele, embora a segurança pública seja, em sua maioria, uma responsabilidade estadual, as prefeituras precisam assumir papel ativo na prevenção e no planejamento local.

Jerônimo afirmou que o Estado continuará investindo em efetivo e estrutura policial, mas reforçou que a redução dos índices de criminalidade também depende da atuação municipal. A declaração acontece em meio à megaoperação, que acontece desde a manhã desta terça, e já resultou na prisão de mais de 30 suspeitos ligados ao Comando Vermelho.

“A maior responsabilidade da segurança pública é do Estado, por conta da força militar e da força civil. Mas os municípios também têm responsabilidades. Prefeito que quer um município de paz cobra do governador, cobra da União, mas tem que ter um plano de segurança pública”, disse o governador.

Estado amplia investimentos e anuncia novas convocações

Durante o evento, ele destacou que a construção de políticas públicas eficientes de segurança deve envolver todos os níveis de governo e priorizar medidas de prevenção. “A prefeita tem que saber onde está o problema, o que acontece em cada comunidade. Pode colocar mais iluminação, câmeras, guardas municipais, quebra-molas, fazer ações educativas. Isso não é caro, mas faz diferença. O município precisa assumir sua parte”, afirmou.

Jerônimo aproveitou a cerimônia no COI para anunciar uma série de medidas voltadas ao fortalecimento das forças de segurança. Entre elas, estão a convocação de 2 mil novos policiais militares ainda em dezembro, além da chamada de cerca de 700 profissionais da reserva. O governador também informou que, entre maio e junho de 2026, serão convocados mais 2 mil policiais militares e bombeiros, além de novos policiais penais.

“Nós não estamos fugindo do nosso papel. Estamos investindo em novas delegacias, pelotões, equipamentos e efetivo. A Bahia vai continuar fortalecendo suas forças de segurança, mas com o entendimento de que segurança pública se faz com presença do Estado e parceria com os municípios”, declarou o petista.

Parceria e planejamento municipal

O governador defendeu que cada cidade desenvolva um plano municipal de segurança pública, capaz de identificar os pontos críticos e propor ações preventivas específicas. Segundo Jerônimo, os prefeitos precisam conhecer os desafios de suas comunidades e colaborar de forma ativa com as forças estaduais.

“O município tem responsabilidade. O prefeito que quer um município de paz cobra do governador, cobra da União, mas tem que ter um plano municipal. A prefeita precisa saber o que acontece em cada distrito, onde está o problema, para que, quando o Estado chegue, exista uma estratégia pronta”, ressaltou.

Jerônimo destacou ainda que o governo estadual vem ampliando investimentos estruturais e operacionais. Ele mencionou a construção de novas delegacias, pelotões e centros de formação, além da entrega de equipamentos e viaturas.

“Hoje deflagramos mais uma operação. Quem acompanhou a imprensa viu a quantidade de pessoas presas, drogas e armas apreendidas. Isso mostra que estamos atuando diariamente, enfrentando o crime em todos os níveis”, disse.

Combate ao crime organizado e integração entre forças

O governador também citou o esforço do Estado em atacar o “andar de cima” das organizações criminosas, apontando que o combate ao tráfico e às facções deve ser acompanhado de ações sociais que recuperem o sentimento de segurança nas comunidades.

“A comunidade violentada não quer conviver com o crime. Ela guarda o medo, mas quer paz. Nosso papel é devolver esse sentimento, garantir que meninos e meninas possam correr na rua. E isso só será possível com a união do Estado, da União e dos municípios”, concluiu Jerônimo.

Com os novos anúncios, o governo estadual busca fortalecer a presença das forças policiais e reforçar o discurso de corresponsabilidade com as prefeituras, em um momento em que a segurança pública continua sendo uma das pautas mais sensíveis da gestão.

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