Jerônimo afirma que vaias foram encomendadas e destaca grandeza do 2 de Julho na Bahia
Petista minimizou protestos e ressaltou carinho do povo baiano durante desfile cívico em Salvador

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), afirmou, nesta quinta-feira (3), que as vaias direcionadas a ele e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante o desfile do 2 de Julho, em Salvador, podem ter sido “encomendadas”. Em conversa com o Portal M!, o petista minimizou os protestos e ressaltou o carinho do povo baiano com o chefe do Executivo federal, destacando o sucesso da comemoração cívica que celebra a Independência do Brasil na Bahia.
“Se alguém vaiou, talvez possa ser que seja encomenda”, afirmou Jerônimo.
O governador disse ainda não ter ido ao desfile com a intenção de medir a reação popular. “Eu fui ali fazer um ato cívico. Fui, enquanto governador, hastear a bandeira, levar a coroa de flores, tanto na Lapinha quanto depois na Marinha, fazer o ato para aquelas pessoas que passaram pelo 2 de Julho”, completou o petista durante assinatura de contratos de financiamento para implementação de sistemas de saneamento básico para o interior do Estado, na sede da Embasa, no bairro Boca do Rio, em Salvador.
Comemoração reforça importância nacional do 2 de Julho
Segundo o governador, manifestações desse tipo fazem parte da política, mas não ofuscam o que chamou de verdadeira essência do evento: a conexão entre o povo baiano e o presidente da República. Para o petista, as imagens registradas durante o desfile mostram o carinho da população com Lula e a importância histórica da data para o país.
Em seu balanço sobre os festejos, Jerônimo Rodrigues destacou o simbolismo da celebração deste ano, marcada pela iniciativa do presidente Lula de enviar ao Congresso Nacional um projeto de Lei que propõe transformar o 2 de Julho em data nacional. “Esse ano teve um tom especial, porque nós celebramos na avenida a iniciativa do presidente Lula. Isso, além da visibilidade, garante fortalecer os investimentos na educação, no currículo escolar, para que a gente possa debater e estudar a história do Brasil com outra vertente”, afirmou ao Portal M!.
O governador criticou a forma como a história brasileira tradicionalmente exclui a participação dos baianos na luta pela independência. Segundo ele, a data do 7 de Setembro “não conta a história dos brasileiros e dos baianos”, ao contrário do 2 de Julho, que representa a luta real contra a permanência das tropas portuguesas no Brasil.
“Ao contar a história do 2 de Julho, o brasileiro entra. A gente vê uma agente da área de polícia, uma religiosa, uma quilombola… figuras que hoje são reconhecidas como heróis da independência”, pontuou.
Vaias também atingem oposição, que minimiza protestos
As vaias no 2 de Julho não foram exclusividade do governador. O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), e o ex-prefeito da capital e atual vice-presidente nacional do União, ACM Neto, também foram alvos de manifestações durante o evento. Os protestos partiram, principalmente, de professores da rede municipal, que estão em greve.
ACM Neto considerou os protestos como algo “natural”, dada a paralisação dos educadores. Ele reconheceu a mobilização dos grevistas, mas apontou a presença de articulações político-partidárias nos atos.
“Há também ali um movimento político‑partidário, com influência forte de partidos como o PSOL, PT, PCdoB. Isso faz parte do jogo”, avaliou.
Bruno Reis, por sua vez, afirmou não ter ouvido vaias como protestos para a sua gestão e que o ato ocorreu apenas com a oposição. “Vaias? Que vaias? As vaias foram para o presidente e Jerônimo”, afirmou.
No entanto, aliados próximos indicaram que o prefeito já esperava esse tipo de reação, sobretudo diante do impasse com os professores. O grupo que vaiou o gestor municipal carregava faixas e cartazes criticando a gestão educacional da capital baiana. O protesto, inclusive, foi organizado pela APLB-Sindicato.
A recepção polarizada do público escancarou o uso político do 2 de Julho por lideranças locais e nacionais. Ainda assim, Jerônimo Rodrigues reforçou a visão de que os atos cívicos devem transcender as disputas eleitorais.
“Se as manifestações acontecem de um lado ou de outro, é da política. Eu prefiro ver o lado positivo, que foi o Lula sendo ovacionado, carinhosamente bem tratado. Isso, para mim, é o que fica”, concluiu.
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