Jaques Wagner descarta acordo e diz ser contra anistia do 8 de Janeiro ‘em qualquer hipótese’
Proposta teve requerimento de urgência protocolado na Câmara dos Deputados

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou, nesta segunda-feira (14), ser contra qualquer possibilidade de negociação sobre o projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023. A proposta teve requerimento de urgência protocolado na Câmara dos Deputados com o apoio de 262 parlamentares.
Wagner classificou o projeto como a maior afronta à democracia nacional desde a redemocratização.
“Comigo não tem acordo, eu sou contra o projeto da anistia em qualquer hipótese”, declarou o senador.
Para Wagner, a eventual aprovação da proposta no Congresso indicaria uma desconexão da classe política com a gravidade do episódio.
“Eu tenho preocupação se a Câmara entender que é digno de anistia aquilo que foi feito no 8 de janeiro. Aí eu acho que a classe política pirou. Então, eu não acredito que passe o projeto da anistia”.
Reação à base governista e redes sociais
Ao comentar sobre o apoio de parte da base governista ao requerimento de urgência, Wagner atribuiu o movimento à pressão exercida pelas redes sociais.
“Não tem nada a ver com a base do governo. Isso tem a ver com isso aqui [mostra o celular], uma gente que é escravo da rede social, que ouviu ‘assine, assine, assine’”, disse o senador.
Wagner também criticou a ausência de uma contrapartida institucional do governo para reequilibrar a influência das redes sociais nas decisões parlamentares. Segundo ele, emendas parlamentares são o principal fator que norteia o comportamento dos deputados.
“Não se trata da base do governo. Se trata de saber o seguinte: os deputados se movimentam em torno do quê? Eles se movimentam em torno do governo ou das emendas? Esse que é o problema. Quanto tem cada deputado? Eu digo o chão de fábrica. Porque alguns têm mais de R$ 80 milhões [em emendas parlamentares]”, afirmou.
O senador apontou que o modelo de emendas passou a ter um papel central após um período de quatro anos de “ausência de política”. Ele avaliou que esse cenário deu espaço ao pragmatismo das emendas, que passaram a ser vistas por parte dos parlamentares como “direito adquirido”.
Avaliação sobre Bolsonaro e eleições
Jaques Wagner afirmou que sua oposição à anistia não está ligada a cálculo eleitoral envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Estou pouco me lixando se Bolsonaro vai ser ou não vai ser candidato. Não quero que façam com ele o que fizeram com Lula, eu quero que ele tenha pleno direito de defesa, todos eles”, disse.
Segundo o senador, o índice de rejeição de Bolsonaro o torna frágil diante de uma eventual candidatura à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Wagner considera que, mesmo com a articulação da oposição, o governo Lula tem conseguido apresentar números econômicos positivos. Para ele, a avaliação negativa do governo está mais relacionada à percepção popular sobre os preços dos alimentos.
“Dói muito mais no povo a carestia do que as pautas identitárias e o pessoal do outro lado começou a bater. Eles estão batendo porque eles querem que o presidente Lula chegue na eleição o mais fragilizado possível”, afirmou.
PEC da Segurança Pública e nova proposta
Sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, Wagner avalia que há possibilidade de aprovação e que a medida pode trazer respostas às demandas populares.
“O povo não nos julga pelo problema, nos julga pela nossa postura frente ao problema. […] A droga está aí porque virou um negócio trilhardário do mundo. Mas, seguramente, se daqui para o ano que vem medidas forem tomadas, aí a avaliação já é outra”, afirmou.
O senador reforçou que a PEC está sendo discutida como uma alternativa institucional para enfrentar os desafios da segurança pública. Segundo ele, a criminalidade não será resolvida apenas com repressão, mas também com políticas públicas de longo prazo.
Wagner também defendeu maior articulação entre os poderes para o enfrentamento da violência. Ele acredita que o debate sobre segurança pública deve ser conduzido de forma técnica, sem interferências ideológicas, e que a resposta ao tema influenciará a percepção do eleitorado em 2026.
Redação
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