O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não apoiará uma possível candidatura de seus filhos à Presidência da República em 2026. A declaração foi feita em entrevista ao jornal americano The New York Times nesta quinta-feira (16). Na ocasião, Bolsonaro destacou que apoiaria os filhos apenas em candidaturas ao Congresso Nacional.

“Para você ser presidente aqui e fazer o correto, você tem que ter uma certa experiência”, afirmou Bolsonaro.

O ex-presidente também comentou as revelações da Polícia Federal (PF) sobre o suposto plano de golpe de Estado em 2022, que teria envolvimento de aliados. Segundo Bolsonaro, ele cogitou decretar estado de sítio após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas desistiu após o Supremo Tribunal Federal (STF) negar pedido de invalidar votos apresentado pelo PL.

“Esqueça”, “nós perdemos”, disse ao NYT.

A Polícia Federal (PF) indiciou Bolsonaro e mais 39 pessoas por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Os crimes podem levar a penas que somam até 28 anos de prisão.

Acusações e indiciamentos

Na ocasião, Bolsonaro também negou envolvimento em um suposto plano de execução de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do STF Alexandre de Moraes. O ex-presidente disse que “por parte dele”, “não houve nenhuma tentativa de executar as três autoridades”.

“Quem quer que seja que tenha elaborado este possível plano deve responder”, afirmou.

Apesar das acusações, o ex-presidente afirmou que sua preocupação está em quem será responsável pelo julgamento. “Minha preocupação é quem vai me julgar”, disse.

Inelegibilidade e decisões do TSE

Bolsonaro também comentou a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o declarou inelegível até 2030. A condenação, por 5 votos a 2, ocorreu em razão de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com diplomatas em 2022, onde criticou as urnas eletrônicas.

O ex-presidente classificou a decisão como uma “violação à democracia” e afirmou que busca recursos jurídicos para ser candidato em futuras eleições.

Outras ações no TSE indiciaram Bolsonaro por abuso de poder político e econômico e condutas vedadas durante as comemorações de 7 de setembro de 2022.