Haddad defende pesquisa na Margem Equatorial, mas alerta: ‘não podemos frear a transição energética’
Ministro da Fazenda defende que Brasil conheça seus recursos, mas reforça compromisso com redução do uso de combustíveis fósseis

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu, no último sábado (17), que o Brasil continue os esforços para identificar possíveis reservas de petróleo na Margem Equatorial, região considerada uma nova fronteira energética nacional. No entanto, ele alertou que qualquer eventual exploração da área precisa caminhar em paralelo à redução do uso de combustíveis fósseis na matriz energética brasileira e global. As declarações foram feitas durante entrevista ao programa Cidades e Soluções, da GloboNews.
Segundo o ministro, é fundamental que a humanidade reduza sua dependência do petróleo, uma vez que sua queima libera carbono na atmosfera, agravando as mudanças climáticas. Conforme Haddad, a solução para isso passa por um aumento dos investimentos em fontes alternativas de energia área em que, segundo ele, o Brasil já possui uma posição de liderança.
“Em primeiro lugar, temos que, o quanto antes, prescindir do petróleo. A humanidade precisa prescindir do petróleo. Não temos condição de usar petróleo sem emitir o carbono. Você queimou o petróleo, vai para a atmosfera. Isso se faz com investimento em fontes alternativas, e o Brasil lidera esse processo há décadas”, afirmou.
Margem Equatorial é alvo de interesse da Petrobras e do governo
Apesar da defesa pela transição energética, Haddad afirmou que é necessário conhecer os recursos existentes na Margem Equatorial, uma vasta região no litoral norte brasileiro que abrange áreas marítimas próximas aos estados do Amapá, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará e Rio Grande do Norte. A área engloba cinco bacias sedimentares Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar, e possui estimativas que apontam para a existência de mais de 30 bilhões de barris de petróleo.
Nesse sentido, o ministro afirmou ser favorável à pesquisa na região, mas com ressalvas. Para ele, a eventual descoberta de grandes reservas não pode se tornar justificativa para desacelerar o processo de substituição de combustíveis fósseis por fontes limpas.
“Saber o que tem na Margem Equatorial é importante. O Brasil precisa saber o que tem lá, até porque não está sozinho nisso. A Margem é muito extensa, transcende o território nacional. Sou a favor da pesquisa. Temos de conferir o que tem lá. Agora, o petróleo que eventualmente possa estar lá não pode ser pretexto para atrasarmos a nossa transição”, afirmou Haddad.
Petrobras busca licença para iniciar perfuração na região
A declaração do ministro ocorre em um momento em que a Petrobras intensifica seus esforços para iniciar a exploração da região. A estatal já cumpriu a última exigência imposta pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e, em março, encaminhou uma nova solicitação para obter a licença pré-operacional necessária.
De acordo com a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, o plano da empresa é realizar a perfuração em águas profundas, a cerca de 540 quilômetros da costa da Foz do Amazonas. A intenção da estatal é confirmar a existência de petróleo na área e avaliar a viabilidade técnica e ambiental da exploração.
A Margem Equatorial tem atraído atenção não apenas pela possibilidade de ampliação das reservas nacionais, mas também por sua localização estratégica. Ela é próxima a grandes mercados consumidores e com semelhanças geológicas a outras áreas de sucesso, como a costa da Guiana, onde importantes descobertas já foram feitas.
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