Haddad defende economia forte como base para reeleição de Lula em 2026
Ministro da Fazenda afirma que crescimento econômico é mais relevante que o déficit para 2026

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o desempenho da economia será o fator mais determinante para o resultado da eleição presidencial de 2026. A declaração foi feita, nesta sexta-feira (13), durante um encontro promovido pelo grupo Prerrogativas, em São Paulo, onde Haddad buscou dissociar a questão do déficit fiscal do debate eleitoral.
“Não acho que será o tamanho do déficit que vai determinar a eleição. Se a economia estiver bem, a chance de êxito na eleição será maior”, disse Haddad. Em sua fala, ele destacou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva valoriza o arcabouço fiscal, que estabelece regras para controle das contas públicas.
Haddad comentou ainda sobre as dificuldades enfrentadas ao assumir o Ministério da Fazenda. Segundo ele, sua equipe identificou a necessidade de ajustes nas contas públicas, mas enfrentou resistência, inclusive dentro do Partido dos Trabalhadores (PT).
“Dentro do PT tinha gente contrária a ajuste de contas públicas, quem conhece o PT sabe disso”, afirmou. O ministro explicou que parte da resistência ocorre porque há quem compare o Brasil a países como Japão e Estados Unidos, que operam com níveis distintos de endividamento e regras fiscais diferentes.
Congresso pressiona sobre Saúde e Educação, diz Haddad
Durante o encontro, Haddad também foi questionado sobre a pressão em torno dos pisos constitucionais da Saúde e da Educação. Segundo ele, o maior foco dessa pressão está no Congresso Nacional, embora o tema ainda careça de clareza nas discussões.
“A discussão está muito nublada ainda, não há uma clareza sobre o tema”, afirmou o ministro. Ele declarou que ainda não sabe se a proposta, que trata de mudanças nos pisos, terá apoio suficiente para ser aprovada.
O ministro disse que está em diálogo com líderes parlamentares para apresentar sugestões de alterações e reforçou que as áreas sociais precisam ser protegidas. O que está em debate, segundo ele, são as formas de garantir essa proteção sem comprometer o equilíbrio fiscal.
Fazenda propõe imposto mínimo para alta renda como compensação da isenção no IR
No mesmo dia do evento com Haddad, o Ministério da Fazenda apresentou um estudo elaborado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), que analisa os efeitos da reforma do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) proposta pelo governo federal.
O documento avalia que apenas uma combinação entre isenção para rendas mais baixas e tributação mínima para os mais ricos seria capaz de promover maior equidade tributária. Isoladamente, ampliar as isenções pode gerar impacto fiscal negativo e até aumentar a desigualdade de renda.
De acordo com o projeto já enviado ao Congresso, quem ganha até R$ 5 mil por mês terá isenção total do IR, enquanto os rendimentos entre R$ 5 mil e R$ 7 mil terão alíquota reduzida. Para compensar a perda de arrecadação, o governo propõe a criação de um imposto mínimo de 10% sobre rendas superiores a R$ 1,2 milhão por ano.
O estudo indica que, sem a inclusão da tributação sobre a alta renda, a medida isolada de isenção pode aumentar levemente a desigualdade, já que a base da pirâmide de renda já é amplamente desonerada. No entanto, quando combinadas, as propostas têm potencial de reduzir a desigualdade de forma significativa, segundo os técnicos do ministério.
Renúncia e compensação fiscal estão no centro das negociações no Congresso
Segundo estimativas da equipe econômica, a renúncia fiscal gerada pela ampliação da isenção do IR pode chegar a R$ 25,84 bilhões em 2026. Para equilibrar as contas, a tributação da alta renda deverá gerar cerca de R$ 25,22 bilhões no mesmo período, quase cobrindo integralmente a perda de arrecadação.
O relator do projeto, deputado Arthur Lira (PP-AL), mencionou que partidos têm sugerido propostas alternativas de compensação, como a redução linear das isenções tributárias concedidas pela União. Lira alertou ainda para a necessidade de resolver os impactos da reforma nos cofres estaduais e municipais, já que o IR também compõe a base de repartição das receitas federativas.
A discussão sobre o ajuste fiscal, a reforma tributária e a proteção dos gastos sociais deve seguir como um dos principais pontos de atenção do governo e do Congresso nos próximos meses, com impacto direto nas perspectivas econômicas e eleitorais de 2026.
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