Haddad aposta no diálogo para reverter críticas do agro e da construção civil às medidas fiscais
Ministro da Fazenda defende que resistência às propostas do governo pode ser superada com mais abertura e entendimento técnico

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta última quarta-feira (12), em Brasília, que os setores que ainda se opõem às medidas econômicas propostas pelo governo federal podem mudar de posicionamento caso aceitem dialogar diretamente com a equipe econômica. A declaração, feita à imprensa na chegada ao ministério, foi direcionada principalmente ao agronegócio e à construção civil, que têm demonstrado resistência às propostas de ajuste fiscal e à agenda de reequilíbrio das contas públicas.
“Se eles tiverem a abertura de ter uma reunião conosco, eles vão mudar de opinião. Nós temos um planejamento de plano safra, de regulamentação do Conselho Monetário Nacional que, pelo contrário, o agro vai continuar. O agro nunca cresceu tanto como agora. Nós vamos para o terceiro plano safra de crescimento”, disse Haddad.
Abertura ao diálogo e confiança no plano econômico
De acordo com Haddad, o governo federal tem procurado desenvolver medidas que promovam equilíbrio fiscal sem comprometer o crescimento econômico ou prejudicar setores produtivos estratégicos. Ele ressaltou que os atores econômicos que ainda estão refratários às ações da Fazenda poderiam compreender melhor os objetivos e impactos dessas medidas caso participassem de reuniões técnicas com a equipe do ministério.
“Temos de buscar apoiar os empreendedores ao menor custo para a sociedade. É isso que nós estamos buscando fazer. Não vai faltar apoio. Esse é um instrumento que está causando uma enorme distorção. Há outros que não causam distorção”, afirmou o ministro.
O ministro expressou confiança de que, com mais informação e diálogo, representantes do agronegócio, por exemplo, entenderiam que não há retirada de apoio ao setor. Pelo contrário, Haddad destacou que há um planejamento contínuo voltado ao crescimento do campo, incluindo a elaboração do próximo Plano Safra e discussões no âmbito do Conselho Monetário Nacional. Segundo ele, o setor agrícola segue em expansão, com crescimento consistente nos últimos ciclos.
Inflação sob controle e foco em políticas menos distorcivas
Outro ponto enfatizado pelo ministro foi a redução da inflação, especialmente no que diz respeito aos alimentos. Ele argumenta que a queda nos preços é reflexo de políticas econômicas acertadas e que os mecanismos de apoio ao setor produtivo estão sendo repensados para reduzir distorções e aumentar a eficiência. O objetivo, segundo Haddad, é assegurar que os empreendedores tenham apoio governamental, mas com custos mais baixos para a sociedade como um todo.
Essa estratégia, segundo o Ministério da Fazenda, busca substituir instrumentos que criam desequilíbrios na economia por alternativas mais sustentáveis e alinhadas ao novo marco fiscal.
Construção civil também está no foco das críticas
Além do agronegócio, a construção civil foi outro setor citado pelo ministro como resistente às mudanças. Apesar das críticas vindas de algumas lideranças da área, Haddad argumenta que o setor vive atualmente um de seus melhores momentos, com grande parte das atividades impulsionadas por programas federais de habitação.
Ele lembrou que o programa Minha Casa, Minha Vida, que havia sido paralisado na gestão anterior, foi retomado com força pela atual administração, respondendo hoje por uma fatia significativa da atividade da construção no país. Para o ministro, críticas ideológicas e descoladas da realidade econômica atrapalham o debate e precisam ser superadas com a apresentação de dados concretos.
“É até desleal, da parte de algumas lideranças, atacar o governo. Metade da Constituição Civil nesse país é Minha Casa, Minha Vida, que tinha acabado no governo anterior. Vamos deixar a ideologia à parte. Vamos para a mesa, explicar para as pessoas, abrir os números. Não tem nenhuma medida que, do ponto de vista econômico, não seja justa, que não esteja corrigindo uma distorção”, concluiu Haddad.
Proposta de debate com setor financeiro e casas de apostas
Haddad também demonstrou interesse em participar de um debate público com representantes de bancos, instituições financeiras e plataformas de apostas (as chamadas “bets”) para discutir os impactos das medidas adotadas pelo governo nesses segmentos. A proposta visa ampliar a transparência sobre as políticas públicas e promover uma avaliação mais técnica sobre os efeitos da regulação econômica em diversos setores.
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