Governo pode adotar novos cortes de gastos, diz Fernando Haddad sobre pacote fiscal
Ministro destacou que a desoneração da folha, que aguarda uma decisão do STF, também será uma pauta a ser resolvida pela equipe
A equipe econômica poderá implementar novas medidas de cortes de gastos no futuro, segundo informou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quarta-feira (18) durante uma entrevista na portaria do Ministério da Fazenda.
O ministro mencionou a continuidade do processo de ajustes fiscais e a necessidade de uma avaliação das ações já aprovadas. O ministro destacou que a desoneração da folha, que aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), também será uma pauta a ser resolvida pela equipe.
Haddad também explicou que a decisão sobre cortes de gastos não é algo que se encerra, e que a equipe seguirá acompanhando o processo.
“Eu nunca falei que isso [processo de cortes de gastos] é um trabalho que se encerra. Não se encerra. Nós vamos acompanhá-lo. Vamos fazer uma avaliação do que foi aprovado, nós temos também a questão da desoneração da folha que tem uma pendência no Supremo que nós vamos resolver”, afirmou o ministro, a jornalistas.
O governo também está atento a outras variáveis econômicas, como os impactos da alta do dólar e a disparada dos juros futuros, que podem afetar o mercado e a política fiscal.
Aumento da pressão sobre o câmbio
Sobre a recente valorização do dólar, que chegou a R$ 6,17 nesta quarta-feira, Haddad não descartou a possibilidade de especulação. “Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando disso. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal para estabilizar isso. Mas pode estar havendo [ataque especulativo]”, disse.
No entanto, o ministro preferiu focar nos fundamentos da economia e nas ações do governo para estabilizar a situação. Ele reforçou que o Tesouro Nacional e o Banco Central estão trabalhando para conter esses movimentos especulativos por meio de intervenções.
Ações do Banco Central para conter distorções
Nos últimos dias, o Banco Central tem atuado no mercado cambial com intervenções, incluindo a venda de dólares e leilões de linha. Apesar dessas ações, o dólar continua pressionado, refletindo a incerteza sobre as medidas fiscais e o andamento do pacote de cortes no Congresso. Haddad destacou que o Brasil adota um câmbio flutuante, o que significa que a moeda pode variar conforme as movimentações do mercado, com o Banco Central intervindo para corrigir eventuais distorções.
Perspectivas de estabilização
O ministro acredita que, com a aprovação do pacote fiscal pelo Congresso, o dólar deve se acomodar. Ele mencionou que tem conversado com grandes instituições financeiras, e as previsões de inflação e câmbio para o próximo ano são mais otimistas do que as feitas pelos especuladores.
“Eu tenho conversado muito com as instituições financeiras. A previsão de inflação para o ano que vem, a previsão de câmbio paro ano que vem. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio futuro o Banco Central tem intervido”, afirmou Haddad.
Pacote de cortes de gastos
O pacote de cortes de gastos do governo segue em tramitação no Congresso. Na terça-feira (17), a Câmara dos Deputados aprovou a primeira proposta do pacote, que proíbe a ampliação de benefícios fiscais caso haja um resultado negativo nas contas públicas. A medida visa equilibrar as finanças públicas e evitar novos déficits fiscais. A expectativa é que as propostas, se aprovadas, gerem uma economia de R$ 327 bilhões até 2030.
O pacote de cortes de gastos inclui várias propostas, como a limitação do crescimento do salário mínimo, cortes nos repasses para a Educação, e mudanças no abono salarial, no Benefício de Prestação Continuada (BPC) e na aposentadoria dos militares. Essas medidas têm como objetivo reduzir as despesas públicas e melhorar o equilíbrio fiscal do país.
Autonomia sob Lula
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou na quarta-feira (18) que os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a diretoria do Banco Central possuem a qualificação técnica necessária para conduzir a autarquia. Questionado sobre a relação entre o governo e o Banco Central, Haddad afirmou que Lula “nunca interferiu” na instituição durante seus mandatos.
Haddad relembrou que nos dois primeiros mandatos de Lula, a autonomia do Banco Central foi preservada, com reconhecimento de figuras como Henrique Meirelles, ex-presidente do BC. “O que é importante é que o presidente Lula, em oito anos de mandato, nunca interferiu no Banco Central”, afirmou. Ele ressaltou que a confiança na capacidade técnica dos dirigentes é essencial para enfrentar momentos desafiadores.
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