O governador Jerônimo Rodrigues (PT) participou, nesta quinta-feira (17), da Missa da Ceia do Senhor, realizada na Catedral Senhora Sant’Ana, em Serrinha, nordeste da Bahia. Em seguida, o chefe do Executivo baiano acompanhou a Procissão do Fogaréu, tradição que completa 95 anos em 2025 e integra o calendário da Semana Santa no estado.

O evento reuniu a comunidade católica local e fiéis de outras cidades da região. A Procissão do Fogaréu, conduzida pelo bispo Dom Hélio Pereira, encena a busca e prisão de Jesus Cristo por soldados romanos, com trajeto entre a catedral e a Colina Santa.

Celebração introduzida no Brasil em 1745

A celebração litúrgica remete à última ceia de Jesus com os discípulos, marcada pelo rito do lava-pés, em que o padre repete o gesto simbólico de Cristo ao lavar os pés de 12 pessoas.

A celebração foi introduzida no Brasil em 1745 pelo padre espanhol João Perestrello de Vasconcelos Spíndola. Inicialmente, apenas homens participavam, atualmente as mulheres também podem participar. Antes da caminhada, a programação conta com missas dos Santos Óleos e Ceia do Senhor (Lava-pés). Segundo Dom Hélio, o cortejo é uma representação da caminhada do povo com Cristo como guia.

“É um longo percurso, e vai uma multidão, levando velas, aquelas tochas. É um sinal de que o povo caminha tendo à frente uma luz, e essa luz física lembra Cristo, a luz que não se apaga, a luz que é para sempre”, afirmou o bispo diocesano.

Encenação e simbolismo marcam a caminhada

Durante o percurso de aproximadamente 5 km, os fiéis carregam pequenas tochas, criando um efeito visual que remete à cena bíblica da prisão de Cristo.

Autoridades locais e integrantes da comunidade acompanham a caminhada, marcada pela devoção e pela preservação de elementos culturais e religiosos. Dois momentos da Paixão de Cristo são encenados pela Companhia de Teatro da Catedral, no início e ao final da procissão.

Patrimônio cultural imaterial da Bahia

Desde 2019, a Procissão do Fogaréu é reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial da Bahia. A decisão foi oficializada pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural do Estado (Ipac) e publicada no Diário Oficial em 31 de agosto daquele ano.

O título garante a preservação e valorização do evento como manifestação tradicional do calendário litúrgico baiano. O Dossiê para Registro Especial foi produzido pelo Ipac, por meio da Gerência de Patrimônio Imaterial (Geima), que acompanha o evento desde 2014 e já havia concedido Registro Especial Provisório.

Jerônimo anuncia pacote de obras em Jequié

Na última sexta-feira (11), o governador autorizou uma série de obras nas áreas de mobilidade urbana, educação e infraestrutura em Jequié. As ações integram o segundo dia de agendas institucionais no município. Um dos destaques é a assinatura de convênio com a Prefeitura de Jequié para a construção de um Centro de Educação Infantil na comunidade quilombola de Barro Preto.

A nova unidade escolar vai se somar a outras iniciativas do estado voltadas à ampliação da oferta de ensino integral em territórios tradicionais. De acordo com o govenador, a Bahia se destacou no ranking de estados que ampliaram a quantidade de oferta de educação de tempo integral em comunidades quilombolas e comunidades indígenas.

“É um indicador muito bom, que nos alegra muito. Educação em tempo integral tem relação direta com acesso à educação profissional, com o cuidado com os nossos estudantes, com a garantia de permanência deles na escola”, afirmou o petista.