Gleisi classifica como ‘muito grave’ delação de Cid em que aponta Michelle e Eduardo como defensores do golpe

De acordo com presidente do PT, revelações demonstra que é insustentável dizer que Bolsonaro não tinha relação com trama golpista


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Yuri Abreu 27/01/2025 08:31 Política
Gleisi classifica como ‘muito grave’ delação de Cid em que aponta Michelle e Eduardo como defensores do golpe - Divulgação/PT

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que as revelações sobre o suposto envolvimento de Michelle Bolsonaro e do deputado Eduardo Bolsonaro em planos para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva tornam insustentável a defesa de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não teria relação com a trama golpista. A declaração foi feita em publicação no X (antigo Twitter), após detalhes da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid terem sido divulgados pelo jornalista Elio Gaspari.

Gleisi classificou como “muito grave” o suposto envolvimento de Michelle e Eduardo, mencionando que ambos faziam parte de um grupo radical que pressionava Jair Bolsonaro a adotar medidas extremas, incluindo ações armadas. Ela ressaltou que o planejamento golpista teria chegado ao ponto de prever assassinatos de Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, do STF.

De acordo com o depoimento de Mauro Cid, o grupo mais radical acreditava que Bolsonaro contaria com o apoio de CACs (caçadores, atiradores e colecionadores de armas) para implementar um golpe de Estado. Apesar das acusações, Michelle e Eduardo Bolsonaro não foram indiciados pela Polícia Federal. No entanto, Cid indicou que Eduardo tinha maior proximidade com os CACs, enquanto outros membros do núcleo golpista incluíam ex-ministros, senadores e assessores próximos do ex-presidente.

“Fica cada vez mais insustentável a conversa mole de que Jair Bolsonaro não tinha nada a ver com a trama contra a democracia, que previa até o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes”, escreveu Gleisi, destacando o suposto envolvimento de Michelle e Eduardo como parte de um grupo “radical” que pressionava o ex-presidente a adotar medidas golpistas. “Eram e ainda são as pessoas mais próximas do inelegível e seus maiores porta-vozes na política”, disse Gleisi. Ela também afirmou que “a hora da verdade está chegando”, afirmou a dirigente, no domingo (26/1).

Mauro Cid diz que Michelle e Eduardo instigaram Jair Bolsonaro

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) atuaram para instigá-lo a dar um golpe após a derrota na disputa pelo Palácio do Planalto contra Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022, segundo disse o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, na primeira delação premiada feita por ele, em agosto de 2023.

O teor desse depoimento foi revelado pelo jornalista Elio Gaspari nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo. Segundo Cid os dois participavam de um grupo mais radical que dizia que o ex-presidente teria “o apoio do povo e dos CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) para dar um golpe de Estado. Nem Michelle e nem Eduardo foram indiciados pela Polícia Federal (PF) e não há menção a elementos e provas, ao menos neste primeiro depoimento. Cid foi inquirido pela Polícia Federal mais vezes ao longo de 2023 e 2024.

Na delação, Cid apontou que Eduardo tinha mais contato com os CACs. Também teriam participado desse grupo ex-ministros, como Onyx Lorenzoni (PL) e Gilson Machado (PL); atuais senadores, como Magno Malta (PL-ES) e Jorge Seif (PL-SC), o ex-assessor internacional de Bolsonaro Filipe Martins e o general Mario Fernandes.

Ala mais radical tinha duas ramificações, apontou Mauro Cid

Existiam duas ramificações entre essa ala, de acordo com Cid. O primeiro subgrupo, o “menos radical”, queria achar uma fraude nas urnas; o segundo já era “a favor de um braço armado”, incentivavam a tentativa de golpe de Estado e pediam pela assinatura do decreto do golpe.

Martins e Fernandes já foram indiciados pela PF. De acordo com o relatório que levou ao indiciamento, Fernandes teria sido responsável ainda por elaborar um detalhado planejamento operacional que tinha como objetivo executar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e os então candidatos eleitos Lula e Geraldo Alckmin. Já Martins “atuou de forma proeminente na interlocução com juristas para elaborar uma minuta de teor golpista”, segundo a PF. O documento ficou conhecido como “minuta do golpe”.

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