General e tenente-coronel presos e acusados de participar de trama golpista são transferidos para Brasília

O general Mário Fernandes e o tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo serão transferidos, nesta quinta-feira (5), para o Batalhão de Polícia do Exército em Brasília (DF), onde seguirão sobre prisão preventiva. A transferência foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Fernandes e Bezerra foram presos e indiciados por particionarem de uma trama para aplicar um golpe de Estado em 2022.  

Em relatório sobre o caso, a Polícia Federal (PF) destacou que ambos foram um dos principais agentes do plano que pretendia matar o então presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro do STF, Alexandre de Moraes. A ação esperava apoio dos “Kids Pretos” como são conhecidos os recrutas das Forças Especiais do Exército Brasileiro. 

Segundo o Exército, Mário Fernandes chegou ao Distrito Federal ainda na manhã desta quinta, desembarcando Base Aérea de Brasília. Já Rodrigo Azevedo está previsto para chegar antes do fim da tarde, desembarcando no mesmo local.  

A PF aponta Mário Fernandes como o autor do planejamento de execuções de autoridades, que foi denominado de “Punhal Verde e Amarelo”, enquanto Rodrigo Azevedo, seria um dos responsáveis por executar a ação, usando o codinome “Brasil” durante a empreitada, segundo descobriu-se com base nas mensagens interceptadas pela investigação. 

Durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL), que também é indiciado pelo mesmo caso, Fernandes assumiu interinamente a Secretaria-Geral da Presidência. Durante o período em que as investigações apontam que a trama ocorreu, o general exercia a função de secretário-executivo da pasta. 

Até o momento, a defesa de Mário Fernandes afirmou não ter tido acesso ao inquérito e que a prisão cautelar do general não tem propósito. Já a defesa de Rodrigo Azevedo disse que o tenente-coronel está sendo sabotado pela PF e nega todas as acusações.