Fiesc reage à possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por SC: ‘Estado não precisa importar políticos’
Federação das Indústrias defende representantes com raízes locais e alinhamento aos interesses regionais diante de rumores sobre articulação do filho do ex-presidente

A possibilidade de o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina em 2026 provocou reação imediata da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Em nota oficial, a entidade criticou a articulação e afirmou que o Estado não precisa “importar” políticos de outras regiões do país.
A manifestação da Fiesc veio à tona neste sábado (21), após rumores de que Carlos Bolsonaro estaria avaliando transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina. O movimento visaria aproveitar o forte desempenho da família Bolsonaro no Estado nas eleições de 2022, quando Jair Bolsonaro obteve 69,27% dos votos válidos no segundo turno, contra 30,73% de Luiz Inácio Lula da Silva.
‘Representação deve estar conectada à realidade local’, afirma Fiesc
No comunicado, a Federação foi enfática ao destacar que a representação catarinense no Congresso Nacional deve ser feita por lideranças locais, com histórico de diálogo com a sociedade e vínculo direto com os interesses regionais.
“Santa Catarina tem lideranças políticas preparadas e legítimas para representá-la no Congresso Nacional. A indústria catarinense defende que a voz do Estado em Brasília deve ser constituída com base no mérito, no diálogo com a sociedade e na profunda conexão com os catarinenses – e não por imposições externas”, afirma o texto.
A Fiesc também ressaltou que, por ser um dos maiores polos industriais do Brasil, Santa Catarina precisa de senadores comprometidos com o desenvolvimento produtivo do Estado. Para isso, defende que os postulantes a cargos no Legislativo tenham “raízes no Estado” e compreendam as necessidades locais.
“Nossos congressistas devem estar ligados ao setor produtivo e à população catarinense, para defender com legitimidade e conhecimento de causa os nossos interesses. A Fiesc valoriza a autonomia política do Estado, as lideranças locais e o respeito à trajetória de um Estado que nunca se curvou a projetos alheios à sua realidade”, pontua o comunicado.
Carlos Bolsonaro articula alternativas fora do Rio
Carlos Bolsonaro foi o vereador mais votado do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2024, com 130.480 votos. No entanto, encontra dificuldades para disputar uma vaga ao Senado pelo próprio Estado, onde o Partido Liberal (PL) já trabalha com três possíveis nomes para as duas cadeiras em disputa em 2026.
O senador Flávio Bolsonaro deve tentar a reeleição, enquanto o governador Cláudio Castro e o senador Carlos Portinho são cotados para disputar a outra vaga. Diante da falta de espaço no Rio, Carlos estaria buscando uma alternativa viável em Santa Catarina, onde o bolsonarismo tem forte presença eleitoral.
Família Bolsonaro já atua na política catarinense
Caso avance, a candidatura de Carlos Bolsonaro não seria a primeira da família no Estado. O irmão mais novo, Jair Renan Bolsonaro, foi eleito vereador de Balneário Camboriú em 2024, sendo o mais votado da cidade. Na urna, usou o nome “Jair Bolsonaro”, o que contribuiu para sua expressiva votação.
O avanço de membros da família Bolsonaro sobre bases políticas em estados onde a direita tem forte presença tem sido uma das estratégias do PL para manter influência regional e nacional. No entanto, a resistência por parte de entidades representativas, como a Fiesc, evidencia que há setores da sociedade civil que veem com cautela a “nacionalização” das candidaturas no Estado.
Carlos Bolsonaro diz que Brasil não vive democracia e acusa ONU de favorecer Lula
O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) declarou no dia 25 de maio que o Brasil “não vive numa democracia”, ao comentar críticas à atuação internacional do irmão, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Carlos comparou a viagem de Eduardo aos Estados Unidos a ações promovidas por figuras da esquerda, como Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad, durante o período em que Luiz Inácio Lula da Silva esteve preso pela operação Lava Jato. Ele também atacou entidades como a Anistia Internacional e o Comitê de Direitos Humanos da ONU, que, segundo ele, demonstram alinhamento político com Lula.
A declaração ocorre em meio ao pedido de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República contra Eduardo, acusado de tentar constranger autoridades brasileiras com apoio de aliados de Donald Trump.
Mais Lidas
Política
INSS começa a pagar reembolso por descontos ilegais no dia 24 de julho
Últimas Notícias

Em tratamento nos EUA, Preta Gil recebe visita emocionante de Regina Casé

Vitória sofre gol no fim, amarga sétima partida sem vencer e entra no Z-4 do Brasileirão
Único gol da partida foi marcado pelo jogador do Internacional, Bruno Tabata, nos minutos finais

Trama golpista: PGR entrega nesta segunda ao STF alegações finais contra Bolsonaro e aliados
Após a manifestação da PGR, será aberto prazo para que os oito réus apresentem suas alegações

Bahia vence Atlético-MG com gol nos acréscimos e entra no G-4 do Brasileirão
Equipe baiana chegou aos 24 pontos, assumiu a terceira colocação e igualou a pontuação do vice-líder Cruzeiro

Celsinho Cotrim se defende após Jéssica Senra revelar ter sofrido assédio de ex-candidato: ‘Respeito as mulheres’
Sem citar nomes, jornalista contou que foi abordada de forma inapropriada por um ex-candidato à Prefeitura de Salvador quando se preparava para uma entrevista

Grok, IA de Elon Musk, causa polêmica ao elogiar Hitler e empresa admite falha em atualização
Startup de Elon Musk culpa instruções da equipe por respostas antissemitas e discurso de ódio gerado pelo Grok

Eduardo Bolsonaro dispara contra Moraes e cita possível punição a esposa do ministro
Deputado licenciado nos EUA ataca ministro do STF e sugere aplicação da lei Magnitsky contra autoridades brasileiras

PT aciona STF contra Tarcísio por suposta tentativa de ajudar Bolsonaro a deixar o Brasil
A viagem, segundo a denúncia, seria uma forma de interferir no processo em curso contra Bolsonaro

Chelsea e PSG fazem final inédita do Mundial dos Clubes com R$ 223 milhões em jogo e craques em campo
Clubes se enfrentam, neste domingo (13), às 16h (horário de Brasília), no MetLife Stadium, em Nova Jersey, nos EUA

INSS começa a pagar reembolso por descontos ilegais no dia 24 de julho
Adesão ao acordo tem início nesta sexta (11) e pode ser feita pelo app Meu INSS ou nos Correios; quase 2 milhões de beneficiários têm direito

Índice de confiança da indústria brasileira desaba e atinge pior nível desde a pandemia, aponta CNI
Levantamento registrou 47,3 pontos em julho, uma queda de 1,3 ponto em relação aos 48,6 pontos de junho. Valores abaixo de 50 indicam falta de confiança