Fiesc reage à possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por SC: ‘Estado não precisa importar políticos’

Federação das Indústrias defende representantes com raízes locais e alinhamento aos interesses regionais diante de rumores sobre articulação do filho do ex-presidente


Redação
Estadão Conteúdo e Redação 22/06/2025 07:30 • Política
Fiesc reage à possível candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por SC: ‘Estado não precisa importar políticos’ - Roosevelt Pinheiro/Agência Brasil

A possibilidade de o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, disputar uma vaga ao Senado por Santa Catarina em 2026 provocou reação imediata da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc). Em nota oficial, a entidade criticou a articulação e afirmou que o Estado não precisa “importar” políticos de outras regiões do país.

A manifestação da Fiesc veio à tona neste sábado (21), após rumores de que Carlos Bolsonaro estaria avaliando transferir seu domicílio eleitoral para Santa Catarina. O movimento visaria aproveitar o forte desempenho da família Bolsonaro no Estado nas eleições de 2022, quando Jair Bolsonaro obteve 69,27% dos votos válidos no segundo turno, contra 30,73% de Luiz Inácio Lula da Silva.

‘Representação deve estar conectada à realidade local’, afirma Fiesc

No comunicado, a Federação foi enfática ao destacar que a representação catarinense no Congresso Nacional deve ser feita por lideranças locais, com histórico de diálogo com a sociedade e vínculo direto com os interesses regionais.

“Santa Catarina tem lideranças políticas preparadas e legítimas para representá-la no Congresso Nacional. A indústria catarinense defende que a voz do Estado em Brasília deve ser constituída com base no mérito, no diálogo com a sociedade e na profunda conexão com os catarinenses – e não por imposições externas”, afirma o texto.

A Fiesc também ressaltou que, por ser um dos maiores polos industriais do Brasil, Santa Catarina precisa de senadores comprometidos com o desenvolvimento produtivo do Estado. Para isso, defende que os postulantes a cargos no Legislativo tenham “raízes no Estado” e compreendam as necessidades locais.

“Nossos congressistas devem estar ligados ao setor produtivo e à população catarinense, para defender com legitimidade e conhecimento de causa os nossos interesses. A Fiesc valoriza a autonomia política do Estado, as lideranças locais e o respeito à trajetória de um Estado que nunca se curvou a projetos alheios à sua realidade”, pontua o comunicado.

Carlos Bolsonaro articula alternativas fora do Rio

Carlos Bolsonaro foi o vereador mais votado do Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2024, com 130.480 votos. No entanto, encontra dificuldades para disputar uma vaga ao Senado pelo próprio Estado, onde o Partido Liberal (PL) já trabalha com três possíveis nomes para as duas cadeiras em disputa em 2026.

O senador Flávio Bolsonaro deve tentar a reeleição, enquanto o governador Cláudio Castro e o senador Carlos Portinho são cotados para disputar a outra vaga. Diante da falta de espaço no Rio, Carlos estaria buscando uma alternativa viável em Santa Catarina, onde o bolsonarismo tem forte presença eleitoral.

Família Bolsonaro já atua na política catarinense

Caso avance, a candidatura de Carlos Bolsonaro não seria a primeira da família no Estado. O irmão mais novo, Jair Renan Bolsonaro, foi eleito vereador de Balneário Camboriú em 2024, sendo o mais votado da cidade. Na urna, usou o nome “Jair Bolsonaro”, o que contribuiu para sua expressiva votação.

O avanço de membros da família Bolsonaro sobre bases políticas em estados onde a direita tem forte presença tem sido uma das estratégias do PL para manter influência regional e nacional. No entanto, a resistência por parte de entidades representativas, como a Fiesc, evidencia que há setores da sociedade civil que veem com cautela a “nacionalização” das candidaturas no Estado.

Carlos Bolsonaro diz que Brasil não vive democracia e acusa ONU de favorecer Lula

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) declarou no dia 25 de maio que o Brasil “não vive numa democracia”, ao comentar críticas à atuação internacional do irmão, Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Em publicação na rede social X (antigo Twitter), Carlos comparou a viagem de Eduardo aos Estados Unidos a ações promovidas por figuras da esquerda, como Dilma Rousseff, Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad, durante o período em que Luiz Inácio Lula da Silva esteve preso pela operação Lava Jato. Ele também atacou entidades como a Anistia Internacional e o Comitê de Direitos Humanos da ONU, que, segundo ele, demonstram alinhamento político com Lula.

A declaração ocorre em meio ao pedido de inquérito feito pela Procuradoria-Geral da República contra Eduardo, acusado de tentar constranger autoridades brasileiras com apoio de aliados de Donald Trump.

Redação

Redação

Equipe de jornalistas e editores do portal Muita Informação

Mais Lidas

Política

Últimas Notícias

Vitória sofre gol no fim, amarga sétima partida sem vencer e entra no Z-4 do Brasileirão -
Esporte 13/07/2025 às 11:50

Vitória sofre gol no fim, amarga sétima partida sem vencer e entra no Z-4 do Brasileirão

Único gol da partida foi marcado pelo jogador do Internacional, Bruno Tabata, nos minutos finais


Trama golpista: PGR entrega nesta segunda ao STF alegações finais contra Bolsonaro e aliados -
Política 13/07/2025 às 11:00

Trama golpista: PGR entrega nesta segunda ao STF alegações finais contra Bolsonaro e aliados

Após a manifestação da PGR, será aberto prazo para que os oito réus apresentem suas alegações


Bahia vence Atlético-MG com gol nos acréscimos e entra no G-4 do Brasileirão -
Esporte 13/07/2025 às 10:09

Bahia vence Atlético-MG com gol nos acréscimos e entra no G-4 do Brasileirão

Equipe baiana chegou aos 24 pontos, assumiu a terceira colocação e igualou a pontuação do vice-líder Cruzeiro


Celsinho Cotrim se defende após Jéssica Senra revelar ter sofrido assédio de ex-candidato: ‘Respeito as mulheres’ -
Política 13/07/2025 às 09:20

Celsinho Cotrim se defende após Jéssica Senra revelar ter sofrido assédio de ex-candidato: ‘Respeito as mulheres’

Sem citar nomes, jornalista contou que foi abordada de forma inapropriada por um ex-candidato à Prefeitura de Salvador quando se preparava para uma entrevista


Grok, IA de Elon Musk, causa polêmica ao elogiar Hitler e empresa admite falha em atualização -
Internacional 13/07/2025 às 08:30

Grok, IA de Elon Musk, causa polêmica ao elogiar Hitler e empresa admite falha em atualização

Startup de Elon Musk culpa instruções da equipe por respostas antissemitas e discurso de ódio gerado pelo Grok


Eduardo Bolsonaro dispara contra Moraes e cita possível punição a esposa do ministro -
Política 13/07/2025 às 08:00

Eduardo Bolsonaro dispara contra Moraes e cita possível punição a esposa do ministro

Deputado licenciado nos EUA ataca ministro do STF e sugere aplicação da lei Magnitsky contra autoridades brasileiras


PT aciona STF contra Tarcísio por suposta tentativa de ajudar Bolsonaro a deixar o Brasil -
Política 13/07/2025 às 07:30

PT aciona STF contra Tarcísio por suposta tentativa de ajudar Bolsonaro a deixar o Brasil

A viagem, segundo a denúncia, seria uma forma de interferir no processo em curso contra Bolsonaro


Chelsea e PSG fazem final inédita do Mundial dos Clubes com R$ 223 milhões em jogo e craques em campo -
Esporte 13/07/2025 às 07:00

Chelsea e PSG fazem final inédita do Mundial dos Clubes com R$ 223 milhões em jogo e craques em campo

Clubes se enfrentam, neste domingo (13), às 16h (horário de Brasília), no MetLife Stadium, em Nova Jersey, nos EUA


INSS começa a pagar reembolso por descontos ilegais no dia 24 de julho -
Política 12/07/2025 às 23:00

INSS começa a pagar reembolso por descontos ilegais no dia 24 de julho


Adesão ao acordo tem início nesta sexta (11) e pode ser feita pelo app Meu INSS ou nos Correios; quase 2 milhões de beneficiários têm direito


Índice de confiança da indústria brasileira desaba e atinge pior nível desde a pandemia, aponta CNI -
Negócios 12/07/2025 às 22:10

Índice de confiança da indústria brasileira desaba e atinge pior nível desde a pandemia, aponta CNI

Levantamento registrou 47,3 pontos em julho, uma queda de 1,3 ponto em relação aos 48,6 pontos de junho. Valores abaixo de 50 indicam falta de confiança