Em convenção, Trump acusa Partido Democrata de demonizar rivais
Candidato à Casa Branca detalhou o atentado que sofreu no fim de semana passado

No encerramento da Convenção Nacional Republicana, na noite de quinta-feira (18), o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que a divisão na sociedade americana precisa ser curada, mas não poupou os democratas de críticas. Ao falar sobre a corrida a Casa Branca, se voltou contra o partido rival, que acusou de prossegui-lo.
“Não devemos criminalizar a dissidência ou demonizar a discordância política”, disse. “Nesse espírito, o Partido Democrata deve parar imediatamente de armar o sistema de justiça e rotular seu oponente político como um inimigo da democracia, especialmente porque isso não é verdade, na verdade, sou eu quem salva a democracia para o povo do nosso país”, discursou.
Trump também fez uma descrição detalhada da tentativa de assassinato que sofreu no fim de semana em seu primeiro discurso após o atentado.
“Quando ouvi um som alto de assobio e senti algo me atingir muito, muito forte na orelha direita, perguntei a mim mesmo, o que foi isso? Só pode ser uma bala”, narrou.
“Havia sangue jorrando por toda parte, e ainda assim, de certa forma, me senti muito seguro porque tinha Deus ao meu lado”, disse, lembrando que se não tivesse virado a cabeça para checar nos números sobre imigração no telão atrás de si, “não estaria aqui”.
Com um uniforme dos bombeiros no palco, Trump homenageou o apoiador Corey Comperator, bombeiro que morreu no ataque ao comício ao tentar proteger a família. O colete que foi enviado para a Convenção, no entanto, estava com a grafia de Comperator errada, sem o “a”.
Ao reverenciar J.D Vance, seu candidato a vice-presidente, Donald Trump sinalizou que aposta nele para o futuro do seu movimento Make America Great Again ao dizer: “Você vai fazer isso por muito tempo”.
O líder republicano foi acompanhando pela esposa Melania Trump, que tem evitado os compromissos de campanha, e pela filha Ivanka. Elas não discursaram, mas subiram ao palco ao fim da Convenção Nacional Republicana.
Ao longo do encontro, os republicanos reforçaram a união em torno de Donald Trump diante da tentativa de assassinato. O momento em que ele se levantou após ser atingido de raspão na orelha e ergueu o punho para a multidão gritando “lute”, foi evocado com frequência pelos seus aliados. Eric Trump, o segundo filho do ex-presidente, disse que o pai demonstrou coragem inabalável.
Os discursos da noite desta quinta-feira soaram como uma tentativa de amenizar a imagem de Donald Trump, figura divisiva na política americana, e rebater as críticas, com o argumento de que ele seria vítima de uma perseguição.
“Já não confiamos nas nossas eleições. Já não confiamos no nosso sistema judicial e já não acreditamos que o nosso governo esteja trabalhando no nosso melhor interesse”, disse Eric Trump, citando os processos de impeachment e ações na Justiça como parte de um esforço para silenciar o pai.
“Eles têm pavor de você e das dezenas de bilhões de pessoas que nos assistem pela TV neste momento. Eles tentaram de tudo para tirar isso de você. Tudo. Tentaram de tudo para destruir seu legado”, acusou Eric Trump.
Novo discurso de Trump
Durante a semana, Trump disse à imprensa americana que rasgou o discurso programado para a Convenção e escreveu outro do zero após o atentado. Além do conteúdo em si, havia muita expectativa para a forma.
Na forma, começou com um tom mais emotivo, que se dissipou ao longo do discurso, e evitou citar Joe Biden nominalmente – quando o fez, foi sem os apelidos de sempre. No conteúdo, repetiu conhecidas alegações e foi subindo o tom de voz à medida em que avançava para os seus tópicos de costume.
- Imigrantes
Donald Trump voltou a dizer, sem evidências, que os imigrantes vêm de prisões e instituições psiquiátricas, representando um risco para o país. Prometeu parar o que chama de “invasão” na fronteira e concluir o muro na fronteira com o México.
“No coração da plataforma republicana está nossa promessa de acabar com esse pesadelo de fronteira e restaurar completamente as fronteiras sagradas e soberanas dos Estados Unidos”, disse. “Faremos isso no primeiro dia. Isso significa duas coisas no primeiro dia, certo: perfurar, baby, perfurar e fechar nossas fronteiras”.
Foi uma referência ao slogan de campanha do Partido Republicano em 2008 “drill, baby, drill”, que defendia o aumento da perfuração de petróleo e gás como fontes de energia adicional.
- ‘Fraude’
Em outro tema que aborda com frequência, o processo eleitoral, repetiu as alegações infundadas sobre fraude, e disse que os democratas aproveitaram a pandemia para trapacear em 2020, quando foi derrotado por Joe Biden.
- Política externa
Na política externa, disse que o mundo está “oscilando à beira da 3ª Guerra Mundial” e reafirmou que a Rússia não teria invadido a Ucrânia se ele estivesse na Casa Branca. Donald Trump ainda criticou o governo democrata pela retirada das tropas do Afeganistão, que terminou com 13 soldados americanos mortos, e prometeu trazer de volta os reféns do Hamas na guerra em Gaza.
Estadão Conteúdo
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